O que é judicialização da política, que tanto preocupou o Ministro Luis Fux, ao assumir a presidência do Supremo? Ele fez um apelo a seus pares para que dessem um basta no que estava desgastando a Suprema Corte, ao assumir questões que deveriam ser resolvidas no Congresso. Não foi ouvido por dois anos, e a Corte está cada vez mais desgastada, usada como instrumento de partidos que deveriam resolver questões políticas no foro político e não no foro judicial.
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A posse de Rosa Weber no Supremo Tribunal e a expectativa de mudançaAs marcas do voto e os riscos da abstençãoLeis penais brasileiras não desestimulam o assalto nem a corrupçãoHá casos atuais desse uso nas mãos da própria presidente do Supremo. A Ministra Rosa Weber é relatora de uma ação liderada pelo PSOL, contra o indulto concedido ao deputado Daniel Silveira. Em primeiro lugar, é paradoxal que um partido com oito deputados endosse o desrespeito à própria inviolabilidade do mandato de deputado por quaisquer palavras, do art. 53 da Constituição. Em segundo lugar, conceder indulto é atribuição do Presidente da República, sem condicionamento algum (art. 84 XII). Mas o PSOL usa o Supremo como palanque em sua causa de oposição.
Outra ação do PSOL que está com Rosa Weber: o partido quer liberar o aborto até 12 semanas. A lei prevê a possibilidade de aborto em caso de estupro, risco de vida da mãe e má-formação encefálica do feto. O PSOL quer ampliar a lei mas não tem voto para isso. Então usa o Supremo para mudar a lei, sem que a Corte tenha recebido mandato para agir como legislativo. Mas já fez isso em outras vezes, criando crime de homofobia e alterando o conceito de família que está na Constituição, art. 226.
Tudo isso com o pretexto do que está no art 5º, XXXV: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Aí, é uma festa para partidos pequenos, alegando direitos – que, na verdade, não estão no art. 5º, mas são invenções político-ideológicas. Assim sendo, que sejam resolvidas entre os legítimos representantes do povo, com mandato específico para fazer leis. O Supremo é para interpretar a Constituição; não para mudá-la ou suprimir artigos e inventar outros. Até 20 anos atrás, quando um partido recorria ao Supremo em questões semelhantes, a reação era “arquive-se”, por se tratar de questão interna do legislativo. O Supremo adorou ser ativista político e está se expondo ao desgaste que era exclusivo dos políticos.