Jornal Estado de Minas

O Paraguai venceu com a eleição presidencial de Santiago Peña

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O povo paraguaio acaba de eleger novo presidente. Santiago Peña, de 44 anos, sucede a seu correligionário do Partido Colorado, Mário “Marito” Abdo, amigo paraquedista de Bolsonaro. Peña fez 43% dos votos, superando a coligação centro-esquerda com 27%. Foi também uma derrota da igreja progressista, que apoiou o perdedor. É a maior vitória da centro-direita, porque elegeu 15 dos 17 governadores e a maioria da Câmara e do Senado. Mais do que isso, o vitorioso em confiabilidade foi o sistema eleitoral eletrônico com comprovante impresso. Em duas horas, resultado confiável. Um modelo para o Brasil.





O eleitor paraguaio parece estar bem-informado. Percebeu que os governos de esquerda da América Latina não andam bem. O da Argentina é um fiasco. No câmbio livre, são necessários 300 pesos para comprar um dólar. E pensar que o ministro da Fazenda do Brasil queria moeda única com o Mercosul. No entanto, o governo do Brasil quer ajudar com financiamentos, pois lá é ano eleitoral. O problema é achar garantias. O chileno Boric, depois que um plebiscito recusou sua constituição neo-esquerdista, perdeu o rumo e já não sabe o que fazer.

Na Bolívia, a vitória de Arce parecia dar força a Evo Morales, mas o país ficou capenga com a hostilidade ao investimento privado e o câmbio fixo; sem reservas, está com dificuldades de importar. Na Colômbia, o presidente Petro perde maioria no Congresso e ganha protestos nas ruas; no Peru, acabou na prisão o presidente esquerdista Castillo e a vice anda perdida; os protestos nas ruas já deixaram 39 mortos. No México, Obrador tentou restringir a oposição numa lei eleitoral e agora enfrenta as ruas.

Quando não produz apenas fracassos, a esquerda latino-americana tem sucesso ao implantar ditaduras, como é de sua ideologia. Cuba é a mais antiga delas; além de antiga, antiquada. Nicarágua e Venezuela seguem-lhe os passos. É de sua natureza: censura, prisões, autoritarismo. Uma vitrina para os brasileiros mirarem, com espelhos ao fundo. Votamos assim, teremos um destino assim. Deixamos de amar a Constituição, que nos garante como estado democrático de direito; o descumprimento de leis é corrente; a existência de três poderes é lesada pela hegemonia do Supremo, o único poder sem a chancela do voto popular.





O Paraguai atrai investimentos brasileiros com um sistema tributário sensato e segurança jurídica. No Brasil, há fuga de capitais e de gente, por insegurança pessoal, patrimonial e jurídica. Se tivéssemos o comprovante do voto eletrônico, como no Paraguai, poderíamos garantir mais a vontade dos eleitores. Por enquanto, vivemos mais um degrau para o totalitarismo: o projeto para censurar as redes sociais, sem respeitar Constituição, que em 1988 baniu “toda e qualquer censura”. A História nos conta que ganhamos a Guerra do Paraguai. Mas foi em 1870. Agora eles estão ganhando.