A grave crise na Argentina, que pode colocar em xeque-mate a reeleição de Mauricio Macri, derrubou pelo segundo mês consecutivo as exportações de calçados brasileiros. Março já havia sido um período difícil para a indústria local, com queda de 9,4% nos embarques. Mas em abril a retração foi maior: chegou a 17,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Somente no último mês, as vendas para os argentinos encolheram em torno de 50%. No quadrimestre, a Argentina importou 2,5 milhões de pares verde-amarelos por US$ 32 milhões, quedas de 33,1% e de 45,1%, respectivamente, na relação com igual período do ano passado. Apesar da fase difícil para quem depende do país vizinho, as vendas para outros mercados compensaram as perdas e o acumulado do primeiro quadrimestre de 2019 chegou a 44,16 milhões de pares exportados (aumento de 9,4%), que geraram US$ 343,8 milhões (queda de 0,1%).
O efeito colateral da crise da Avianca
A crise da Avianca pode significar oportunidade para quem trabalha no setor de turismo. A Decolar vai investir em voos charters para a temporada de inverno, a exemplo do que fez no verão, quando operou trechos entre Santiago e Buenos Aires com destino a Porto Seguro, Florianópolis, Salvador e Rio de Janeiro. Agora, a Decolar fará o caminho inverso. A empresa anunciou o fretamento de seis voos para Bariloche durante a temporada de inverno, decolando a partir de São Paulo.
A força dos pequenos negócios para a geração de emprego
O desemprego continua em níveis alarmantes, mas a situação estaria pior sem as micro e pequenas empresas. Elas foram as principais responsáveis pela manutenção dos indicadores de emprego no país no começo do ano, segundo dados do Sebrae. A exemplo do que ocorreu em 2018, as MPEs vêm mantendo em 2019 o saldo positivo na geração de vagas. Até agora, os pequenos negócios criaram 60,7 mil vagas de empregos formais no país.
Nubank abre escritório no México e inicia expansão internacional
Depois de revolucionar o setor financeiro do país, as fintechs brasileiras começam a desbravar o mercado internacional. Fundado em São Paulo em 2013, o Nubank escolheu o México para iniciar a expansão no exterior. A empresa inaugurou ontem o primeiro escritório no país, sob a marca “Nu”. A ideia é fisgar parte dos 36 milhões de mexicanos que não têm acesso ao sistema bancário. Segundo o Nubank, os primeiros cartões serão emitidos no segundo semestre.
RAPIDINHAS
l As startups chinesas estão prestes a dominar o mundo, mas o custo pessoal para os que trabalham nelas será alto. O país asiático inventou uma jornada diária chamada de 9/9/6. Significa que os profissionais dão expediente das 9h às 21h, seis dias por semana. Essa é uma das razões da vantagem competitiva dos chineses diante de europeus e americanos.
l E por falar em excesso de trabalho: de acordo um relatório do aplicativo Medscape, 26% dos médicos no Brasil sofrem da Síndrome de Burnout, como é chamado o esgotamento físico e mental associado à atividade profissional. O levantamento foi realizado de forma on-line e anônima com 1.838 profissionais de medicina, de 38 especialidades diferentes.
l A fintech finlandesa Ferratum aposta em um modelo agressivo de empréstimos para crescer no Brasil. Após cadastro e análise no site, o cliente tem acesso a um crédito de até R$ 3 mil, que pode ser retirado de acordo com as necessidades do contratante. Segundo a empresa, o processo demora 15 minutos.
l A invasão brasileira em Portugal não se limita a pessoas físicas. Empresas de diversos ramos estão seguindo o mesmo caminho. A rede mineira de imobiliárias Netimóveis, em operação há 23 anos e com 156 endereços no Brasil, vai abrir uma unidade em Portugal, na região de Algarve, ainda neste ano.