O vice-presidente de uma grande montadora diz que o governo Bolsonaro precisa, neste início de ano, reforçar a agenda positiva. “Teve a crise do discurso nazista do Roberto Alvim, os problemas do Enem, a queda da bolsa”, afirma o executivo. “É muita informação ruim para ser assimilada. Está na hora de a turma ser mais propositiva.” O profissional não se identifica porque, na era das redes sociais, qualquer crítica, análise mais aguda ou sugestão podem se voltar contra a empresa onde trabalha. “Sou obrigado a medir cada palavra, porque os fanáticos da internet não perdoam.” Ele destaca a reforma tributária como ponto crucial para o país se transformar de verdade. “A reforma da Previdência vai colocar nossas contas em dia, mas são as novas regras tributárias que têm potencial para mudar o ambiente de negócios da água para o vinho.” O VP revela que as vendas de carros foram fracas neste início de ano. “O pessoal gastou tudo na Black Friday.”
RAPIDINHAS
» O americano Morgan Stanley está animado com o setor bancário brasileiro. Nesta semana, aumentou sua participação acionária no Banco Pan para 5,2%, detendo agora 28 milhões de ações preferenciais da companhia. Controlado pelo BTG Pactual e Caixa Econômica Federal, o Banco Pan tem como foco os clientes da classe C.
» Enquanto nas economias desenvolvidas o número de shoppings diminui a cada ano, no Brasil, o setor acelera. Atualmente, existem 560 shoppings no país. Há uma década, eram 400. O segmento emprega 1 milhão de pessoas e movimenta R$ 175 bilhões por ano. Cada brasileiro vai, em média, duas vezes por mês ao shopping.
» A esperada arrancada do setor aéreo brasileiro não veio em 2019, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No ano passado, as empresas transportaram 104,4 milhões de passageiros em voos domésticos e internacionais, um crescimento discreto de 1,35% em relação a 2018. Em 2020, o mercado espera avançar entre 3% e 4%.
» Os que duvidavam da capacidade da Tesla de conquistar espaço no competitivo mercado automobilístico dos Estados Unidos ficaram surpresos com os resultados da companhia. No ano passado, a Tesla entregou 367,5 mil veículos, superando a previsão inicial de 350 mil. Em 2020, a expectativa é vender 500 mil unidades.
79% dos brasileiros afirmam que confiariam mais em um robô ou em softwares dotados de inteligência artificial do que no próprio chefe. A pesquisa é da Oracle
''O Estado virou um grande monstro que só pensa em si. Escraviza a população, suga horas de trabalho de todos para manter suas próprias regalias. Romper com tudo isso é uma revolução''
Henrique Bredda, sócio da firma de investimentos Alaska
Por que os brasileiros empreendem tanto?
A Serasa Experian informou que o número de empresas abertas no país entre janeiro e novembro de 2019 aumentou 23% ante igual período de 2018. O número permite duas interpretações. A primeira: o empreendedorismo se fortalece no país com o avanço da agenda liberal do ministro Paulo Guedes. A segunda: com os altos índices de desemprego, abrir a própria empresa é a única válvula de escape para muita gente. Provavelmente, o surgimento de novos negócios é resultado da combinação dos dois fatores.
Para Santander, temporada de balanços do varejo será “pouco inspiradora”
Acabou a festa da bolsa? O Santander divulgou um relatório carregado de pessimismo. Segundo o texto assinado pelo analista Ruben Couto, as varejistas brasileiras terão “uma temporada de resultados pouco inspiradora”. Couto sustenta a teoria alegando que o consumo não irá crescer no ritmo esperado. Em 2019, um dos destaques da bolsa foi a Via Varejo, dona de marcas como Casas Bahia e Ponto Frio. Suas ações terminaram o ano com alta de 154,44%.
PetroRio é a queridinha da vez na bolsa
O novo fenômeno da bolsa brasileira atende pelo nome de PetroRio. Em cinco meses, as ações da produtora de petróleo e gás natural dispararam 200%, o que é resultado principalmente do aumento da produção e de uma série de aquisições feitas nos últimos meses. Não à toa, a empresa conquistou uma legião de investidores e passou a fazer parte, no início do ano, do índice IBrX-100, formado pelas 100 companhias mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo.