Muitos empresários têm defendido o fim da quarentena para salvar a economia, mas a equação não é tão simples assim. O passado ensina que, embora grandes epidemias desorganizem e deteriorem a atividade econômica, retomar os negócios cedo demais pode ter efeito inverso: além de provocar mais mortes, a economia vai demorar mais tempo para se recuperar. Quem diz isso é o FED, o banco central americano, que divulgou uma pesquisa sobre o comportamento de regiões dos Estados Unidos durante a gripe espanhola, em 1918. Segundo o estudo, as “cidades que intervieram mais cedo e de forma mais agressiva cresceram mais rapidamente após o término da pandemia”. Em outras palavras: o isolamento funcionou – inclusive para a economia. Os defensores do fim do isolamento têm demonstrado até certa ingenuidade a respeito do tema. Será que os shoppings vão lotar se forem reabertos? E os restaurantes? As academias? As pessoas estão com medo e talvez demorem para retomar as atividades do cotidiano.
JBS mantém investimentos no Brasil
A crise do coronavírus não afetou os planos de investimentos da JBS no Brasil. Em reunião com analistas e investidores, a maior produtora de carne do mundo reiterou a intenção de injetar R$ 8 bilhões no país nos próximos cinco anos. Com a quarentena, as operações sofreram ajustes. A JBS detectou forte queda nas vendas para bares e restaurantes, o que foi parcialmente compensado pelo aumento da demanda nos supermercados. Desde o início do isolamento social, as vendas no canal on-line dobraram.
Localiza doa respiradores para hospitais
A Localiza irá doar 10 respiradores para hospitais de Belo Horizonte, num total de R$ 400 mil. A iniciativa integra desembolsos de R$ 10 milhões para o sistema de saúde e comunidades impactadas pela expansão da COVID-19. Outra medida recente foi a doação de equipamentos de proteção individual (EPIs) para o Hospital da Baleia (foto), como luvas, máscaras e óculos cirúrgicos. A Localiza está engajada no combate à pandemia: há alguns dias, criou um comitê específico para debater medidas emergenciais.
Empresas se comprometem a não demitir
O “Movimento Não Demita”, criado pelo empresário Daniel Castanho (foto), presidente do conselho e um dos fundadores do grupo Ânima Educação, surpreende pela capacidade de mobilização. Quase cinco mil companhias de diversos setores assinaram o compromisso de não demitir até 1º de junho. Entre elas, gigantes como Microsoft, Natura, Santander e Vivo. O interessante é que não foram apenas as grandes corporações que se sensibilizaram. Segundo Castanho, milhares de pequenas empresas aderiram à causa.
70% dos brasileiros mudaram seus hábitos de compra por causa da pandemia do novo coronavírus. A pesquisa feita pelas consultorias TracyLocke Brasil e Behup mostra que a maioria dos consumidores compra em lojas de bairro para incentivar a economia local
''Nada é tão permanente quanto um programa temporário do governo''
Milton Friedman (1912-2006), economista e escritor americano
RAPIDINHAS
A pandemia da COVID-19 aumentou a procura por produtos de saúde, especialmente itens como álcool 70%, luvas, máscaras e demais utensílios hospitalares. Como consequência, também cresceram as falsificações. A startup Ciclopack afirma ter desenvolvido uma solução que pode contribuir para resolver o problema. Segundo a startup, a tecnologia possibilita às empresas compradoras que certifiquem seus produtos por meio de partículas que se misturam nas moléculas do plástico, formando o DNA individual das embalagens. A verificação e certificação da autenticidade são feitas com um leitor exclusivo da Ciclopack.
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Uma boa iniciativa para aliviar o bolso dos endividados: bancos e empresas de análise de crédito só poderão negativar inadimplentes após 45 dias do atraso. Adotada em concordância pela Associação Nacional dos Birôs de Crédito (ANBC) e pela Federação Brasileira de Bancos (Febrabran), a medida é válida por 90 dias e entrará em vigor na sexta-feira.
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Outra ação louvável: a Netflix (foto) criou um fundo para socorrer cinco mil profissionais do audiovisual brasileiro afetados pela pandemia do novo coronavírus. O objetivo do projeto, concebido em parceria com o Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros (Icab), é pagar um salário mínimo (R$ 1.045) às pessoas da área que perderam renda.