O prolongamento das políticas de isolamento social tem levado alguns produtos e serviços a uma explosão de consumo. Streaming de vídeo e música, e-commerce de alimentos e bebidas, telemedicina e ensino a distância são áreas que certamente não têm do que reclamar.
Nenhum segmento, porém, chama tanto a atenção quanto o de itens de higiene pessoal. O mais recente levantamento da consultoria Nielsen Brasil apontou uma disparada – por razões óbvias – de 623% na procura por álcool em gel em março na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Não é um caso único. Outros artigos também apresentaram um crescimento sem precedentes, embora em ritmo menor. No mesmo período comparativo, as vendas de papel higiênico aceleraram 31%. Xampus e sabonetes (foto) subiram na casa dos dois dígitos. “Existe uma clara corrida dos consumidores por itens básicos de higiene pessoal”, afirma o economista Antônio Henrique Rett, da Universidade Norte do Paraná. “A tendência é que isso se mantenha até julho ou agosto.”
Energisa corta R$ 500 milhões em investimentos
A pandemia do coronavírus tem levado muitas companhias a rever suas estratégias de negócios. A Energisa, um dos maiores grupos privados do setor elétrico do Brasil, deixará de investir R$ 500 milhões que estavam previstos para 2020. Agora os desembolsos vão totalizar R$ 2,43 bilhões até o final do ano, em vez dos R$ 2,98 bilhões projetados anteriormente. Segundo a empresa, a decisão foi tomada para preservar os investimentos considerados essenciais.
Via Varejo quer acelerar transformação digital
A saída de Michael Klein da presidência do conselho da Via Varejo, dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, tem uma justificativa: acelerar o processo de transformação digital da empresa. Aos 69 anos, Michael Klein vai passar o bastão para o filho Raphael Klein, em decisão a ser anunciada em maio. Raphael presidiu a Via Varejo de 2010 a 2012 e teve carreira internacional antes de se dedicar aos negócios da família, chegando a ser gerente-geral da Ford Motor Company Dealer, na Flórida.
Na construção, só 7% das obras estão paradas
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) fez um balanço sobre os impactos do coronavírus no setor. Segundo a entidade, 58 mil trabalhadores seguem ativos nos canteiros de obras. Até ontem, havia entre eles 793 casos suspeitos da Covid-19 e outros 14 tiveram a doença confirmada – 10 em São Paulo, três em Manaus e um em Belo Horizonte. A Abrainc também informou que apenas 7% das obras (foto) no país estão paradas, a maioria delas por restrições municipais.
RAPIDINHAS
Uma pesquisa realizada entre 2 e 16 de abril pela Elo mostra o impacto da pandemia do coronavírus nas atividades comerciais. A empresa de meios de pagamentos eletrônicos detectou uma queda de 26% nas transações com cartões de crédito e de 14% nas de débito na comparação com o período de 5 de janeiro a 22 de fevereiro.
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Segundo o estudo, houve aumento apenas no setor de supermercados (9%), mas abaixo da sondagem de 19 de março a 1º de abril (25%). O segmento de farmácias, que chegou a avançar 10% na segunda quinzena de março, ficou estável (0%). Os principais recuos foram observados nos bares e restaurantes (-58%), vestuário (-65%), turismo (-80%) e estacionamentos (-84%).
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A suspensão temporária das imigrações para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, ameaça o agronegócio do país. Segundo a Pesquisa Nacional de Trabalhadores Agrícolas, 30% dos profissionais que atuam no campo são mexicanos. Para cada nova safra, mais estrangeiros precisam ser contratados.
• • •A Volkswagen anunciou que manterá suas fábricas no Brasil fechadas até o final de abril. A empresa, porém, não confirmou se as unidades serão abertas em maio. Com a incerteza sobre o fim da quarentena, a montadora desistiu de fazer projeções. Recentemente, a Volks cancelou as estimativas de faturamento em 2020.