O presidente Jair Bolsonaro tem dois trunfos na área econômica. O primeiro deles é o ministro Paulo Guedes, que conta com o respaldo de boa parte do mercado. O outro é o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, considerado uma das figuras de maior capacidade técnica do governo. A saída de Mansueto, prestes a seguir para a iniciativa privada, deverá provocar fissuras no apoio do setor empresarial e financeiro ao governo. Ontem, analistas passaram o dia lamentando o pedido de demissão, o que pode ser interpretado como um sinal de que acabou a lua de mel com o mercado. Menos bolsonarista do que Paulo Guedes, Mansueto era a garantia que o ajuste fiscal não seria abandonado. E agora, como será? Mansueto também tem a vantagem de ser um executivo ponderado e com pouquíssima disposição para o embate político, algo raro neste governo. Não será tarefa fácil encontrar um executivo com essas características.
Nunca os brasileiros empreenderam tanto
O aumento do desemprego durante a crise do coronavírus e a busca desesperada por alguma alternativa de renda levaram o Brasil a quebrar um recorde em 2020: nunca o país empreendeu tanto. Pela primeira vez, 25% da população adulta está envolvida na abertura de um negócio ou tem participação em uma atividade empresarial com no máximo 3,5 anos de e xistência. Os dados fazem parte da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que analisa indicadores de 55 países.
Setor de alumínio sofre com fechamento de bares e restaurantes
No início da pandemia, Milton Rego, presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), apostava que o setor de embalagens resistiria à crise. “Isso valeu para a venda de folhas de alumínio usadas na fabricação de embalagens de alimentos industrializados e remédios”, diz o executivo. Mas a venda de chapas de alumínio, necessárias para a produção de latas de bebidas, encolheu 20% entre abril e maio. “O segmento sentiu o fechamento de bares e restaurantes e o cancelamento de shows”, afirma.
Montadoras pisam no freio
Com a crise do coronavírus, o novo ciclo de investimentos das montadoras será reduzido e atrasado em alguns anos. Até 2022, a previsão era que o setor injetaria R$ 26,7 milhões no país, mas o mercado estima uma diminuição dos valores em pelo menos 30%, além do período mais longo (2025, provavelmente). O cenário é difícil. Em maio, as vendas de carros no mercado interno desabaram 75% diante do mesmo mês do ano passado. A boa notícia é que espera–se uma recuperação acelerada a partir de julho.
R$ 15 bilhões
é quanto o setor de shoppings perdeu, em maio, com a maioria dos estabelecimentos fechados. Isso explica a pressa dos centros comerciais em voltar à ativa
''Todo livro me ensina algo novo ou me ajuda a ver as coisas de maneira diferente. A leitura alimenta uma sensação de curiosidade sobre o mundo, que me ajudou a avançar em minha carreira''
Bill Gates, fundador da Microsoft
RAPIDINHAS
Lançado há menos de um mês, o programa “Fazer o Bem Faz Bem”, da JBS, desembolsou a totalidade dos R$ 11 milhões previstos ao Distrito Federal para o combate ao coronavírus. As doações incluem a construção de um hospital modular, em Ceilândia, com 73 leitos, e a entrega de 160 mil equipamentos de proteção individua l (EPI).
O medo da contaminação pelo coronavírus abriu caminho para soluções inovadoras. Recém-inaugurada, a Turbo Jato Desinfecta criou um sistema de radiação ultravioleta que, segundo a empresa, elimina 99% dos vírus. A ideia é oferecer o serviço na forma de estações de desinfeção para limpar, por exemplo, carrinhos de supermercado.
Outra ideia da Turbo Jato é desenvolver equipamentos de purificação para uso doméstico. Uma das propostas é uma espécie de caixa parecida com um imenso micro-ondas que seria usada para esterilizar compras. A empresa diz que tem laudos que comprovam a eficácia da radiação violeta e de suas cabines de higienização.
O uso de dinheiro em espécie caiu nos últimos anos, mas a pandemia acelerou o processo. Segundo pesquisa do Ibope Inteligência patrocinada pela C6 Bank, na crise do coronavírus 41% dos brasileiros das classes A, B e C deixaram de utilizar cédulas para pagamentos e 46% aumentaram o consumo de produtos digitais dos bancos.