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Pandemia do novo coronavírus: Quatro em cada 10 empresas passam ilesas pela crise

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Seis em cada 10 empresas brasileiras perceberam os efeitos da crise do coronavírus em seus negócios, segundo a pesquisa Pulso, divulgada pelo IBGE. O número é ruim e deixará sequelas no desempenho dessas firmas e na atividade econômica do país. Mas há outro lado – surpreendente, diga-se – que precisa ser mencionado: quatro em 10 companhias passaram ilesas pela crise. Trata-se de um sinal inequívoco da qualidade do ambiente corporativo do Brasil. Muitas empresas não só resistiram à crise como saíram fortalecidas dela.



Varejistas como Casas Bahia, Magazine Luiza e Renner melhoraram as suas operações digitais e encontraram novas formas de fisgar o cliente, como vender por WhatsApp. As locadoras de veículos desbravaram novos nichos, como o aluguel para períodos longos. As operadoras de saúde partiram para a telemedicina. As montadoras inventaram o delivery de carros. Não faltam exemplos. Eles mostram que, ao contrário do que dizem os pessimistas, nem tudo está perdido.

Uber vai de táxi

(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press - 21/3/19)

A Uber tem feito o que pode para driblar a crise do coronavírus. Com as restrições de circulação, a empresa sofreu perdas substanciais durante a quarentena e agora busca caminhos para se recuperar. A nova proposta é o serviço Uber Taxi, lançado em São Paulo. Ele permite que taxistas credenciados pela prefeitura se cadastrem na plataforma e façam viagens por meio do aplicativo. Por enquanto, só serão aceitos pagamentos digitais. Se a iniciativa der certo, será levado para outras cidades.

''O cenário econômico continua difícil. Não dá fazer qualquer prognóstico. Parece que o pior momento já passou. Esperamos que já tenha passado''

Octavio de Lazari, presidente do Bradesco

P&G fatura com produtos de higiene

A temporada de balanços revela os novos hábitos de consumo na pandemia. A americana Procter & Gamble informou que suas vendas orgânicas cresceram 6% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o bom desempenho se deve principalmente aos itens da área de saúde, higiene e limpeza, indispensáveis na proteção contra o vírus. Tudo indica que não se trata de uma tendência passageira. Esses produtos deverão permanecer na lista de compras dos clientes.





“Salim é teimoso. Ele fica”

Salim Mattar, secretário de Desestatização e principal responsável pelo programa de privatizações do governo Bolsonaro, anda irritado com as insinuações de que deixará a pasta. “Quanto mais falarem que ele vai sair, maior a chance de ficar”, diz um empresário muito próximo a Mattar e que se reuniu com ele há alguns dias. “O Salim é teimoso, birrento, e não abandona o barco jamais. Enquanto o trabalho de desonerar o Estado não estiver terminado, ele fica.”

55,8 milhões de celulares foram vendidos pela Huawei no segundo trimestre, o que a torna líder de mercado pela primeira vez na história. A fabricante chinesa superou a sul-coreana Samsung, que negociou 53,7 milhões de aparelhos

RAPIDINHAS

As empresas que não conseguiram aproveitar a onda do comércio eletrônico sofrerem mais na crise do coronavírus. A Starbucks é exemplo disso – afinal, é quase impossível entregar café por delivery. As vendas globais da rede americana caíram 40% no segundo trimestre, o que gerou perdas de US$ 704 milhões.

Apesar de as vendas on-line terem diminuído um pouco os estragos, o mercado editorial sofreu com o fechamento de lojas na quarentena. No primeiro semestre, o volume de livros vendidos no país encolheu 12% na comparação com um ano atrás, segundo dados da Nielsen BookScan e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). As receitas caíram 11%.





A cooperativa financeira Sicredi vê com otimismo a aprovação na Câmara dos Deputados da MP 944, que garante um aporte adicional de R$ 12 bilhões no programa de crédito para micro e pequenas empresas. Segundo a instituição, há forte demanda das empresas associadas por novos recursos. Na primeira fase do programa, faltou dinheiro.

A empresa de cartões Alelo e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) realizaram pesquisa sobre os índices de consumo no Distrito Federal. Em junho, o valor gasto em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias caiu 30% em relação ao mesmo período do ano passado. No Brasil, a queda foi de 33%.