A paciência do mercado financeiro com o governo Bolsonaro está por um fio. Ontem, o anúncio do Renda Cidadã, que vai retirar recursos da educação para financiar o novo programa social, deixou economistas, analistas e gestores perplexos. Muitos se referiram à iniciativa como “pedalada fiscal” e “contabilidade criativa”, expressões consagradas nos anos Dilma e que remetem à falta de zelo dos governos com os recursos públicos. O Twitter virou uma espécie de painel das lamentações. “Não há mais dúvidas que Paulo Guedes é o pior ministro desde a redemocratização”, escreveu a economista Elena Landau. “Acabou o humor”, disse Rafael Ferri, fundador da plataforma de investimentos TradersClub e, até então, um defensor contumaz do presidente Bolsonaro. Segundo um relatório da corretora XP, o modelo do Renda Cidadã traz insegurança jurídica para o país. Se o modelo de financiamento do Renda Cidadã vingar, dificilmente o presidente vai recuperar o prestígio com a turma das finanças.
E-commerce da Cacau Show cresce 15.000%
A Cacau Show (foto), maior rede de chocolates finos do mundo, sofreu na pele os impactos da crise do coronavírus. Com a quarentena e o fechamento de lojas, foi obrigada a demitir 1,2 mil funcionários. Uma das saídas encontradas pela companhia para aliviar o sufoco foi investir nos canais digitais – as vendas no e-commerce dispararam impressionantes 15.000%. Ainda assim, o faturamento deverá encolher neste ano. A estimativa é fechar 2020 com receitas de R$ 3,1 bilhões, ante R$ 3,5 bilhões em 2019.
Azul prepara operação especial para o feriado
A companhia aérea Azul ampliará a sua operação para atender ao aumento da demanda no feriado de 12 de outubro. Serão 57 voos adicionais, sendo que o Aeroporto do Recife (PE) ficará com o maior número de pousos e decolagens extras. Como no feriado de 7 de setembro, o setor espera forte movimentação de passageiros no período. O Aeroporto de Guarulhos (SP), o mais movimentado do país, calcula que o número de viajantes poderá aumentar 20% entre 9 e 12 de outubro diante da semana anterior.
Mercado de luxo encolhe menos do que o previsto
As previsões dos analistas para o mercado de luxo não vão se confirmar. No início da pandemia, acreditava-se que o segmento poderia encolher 50% em 2020. Com base nos resultados de janeiro a setembro, as estimativas foram revistas, e agora se espera uma queda de 25% do faturamento. Uma das razões para isso é o bom desempenho das vendas online, que passaram a responder por 22% dos negócios fechados. No fim de 2019, o e-commerce do luxo não chegava a 10% das receitas totais do setor.
''O governo e o Congresso precisam enfrentar o desafio de regulamentar o teto de gastos já. Essa indefinição pode provocar mais uma crise que vai impactar a vida dos brasileiros, adiando ainda mais a recuperação econômica provocada pela pandemia''
Rodrigo Maia, presidente da Câmara
R$ 10 bilhões
é quanto a CSN Mineração, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), espera levar com o seu IPO (oferta pública inicial) na bolsa, previsto para este ano
RAPIDINHAS
» A situação está longe do ideal, mas o fundo do poço ficou para trás. Em julho, o faturamento médio do setor de franquias encolheu 7,2% em relação ao mesmo mês de 2019. A queda já foi maior. Em junho, de 30,1%. Em maio, 42%. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) projeta resultados melhores até o fim do ano.
» O consumo de notícias digitais está em alta no Brasil. É o que mostra um estudo da Ong britânica Luminate. Segundo a pesquisa, 65% dos usuários habituais desse tipo de mídia aumentaram a frequência da leitura durante a pandemia. O levantamento também constatou que 16% dos brasileiros pagam por pelo menos uma assinatura de notícias digitais.
» Com o apoio da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, uma comitiva de empresários chineses visitará o Brasil em outubro para prospectar oportunidades. A China tem especial interesse por projetos na área de infraestrutura, energia e, obviamente, no agronegócio.
» A Sankhya, empresa brasileira fornecedora de sistemas de gestão (ERP), abrirá nova unidade em Brasília. “A maioria das autarquias e órgãos públicos se concentra na cidade, e queremos levar uma solução de gestão adequada”, diz o diretor Raphael França. O projeto faz parte do plano de expansão da empresa, que já consumiu R $ 20 milhões.