O Brasil vive um período estranho que faz lembrar os piores momentos do passado. Na política, ameaças de golpe de Estado, debates insossos sobre sistemas de votação, defesa da censura e até desfile de tanques militares em Brasília. Na economia, o fantasma do racionamento da energia voltou, a inflação apareceu de novo, os juros subiram outra vez e até famigeradas discussões sobre controle de preços foram ressuscitadas pela turma do atraso. Algumas situações, de tão bizarras, parecem saídas do túnel do tempo.
Quer comprar uma moto? Prepare-se: com a falta de peças, há 50 mil consumidores na fila de espera, segundo informou a Abraciclo, a associação do setor. Enquanto o mundo abre as portas para futuro, com o desenvolvimento de novas tecnologias, sistemas de inteligência artificial cada vez mais precisos e digitalização de boa parte dos processos produtivos, o Brasil permanece preso a um passado sombrio. Isso é uma lástima.
Inflação e desemprego afetam vendas no varejo
Sinal de alerta no varejo (foto): após dois meses consecutivos de crescimento, as vendas do comércio caíram 1,7% na passagem de maio para junho. Foi a maior retração do setor em 2021 e a segunda maior para o mês de junho desde o início da série histórica do IBGE, em 2000. De todo modo, o varejo está 2,6% acima do patamar pré-pandemia, o que não deixa de ser positivo. Para especialistas, a inflação em alta – que corrói o poder de compra – e os elevados níveis de desemprego afastaram os consumidores.
Otimismo dos empresários diminui
Os empresários brasileiros continuam otimistas, mas nem tanto. É isso o que mostra estudo feito pela consultoria Grant Thornton, que entrevistou 5 mil executivos de 29 países. Mais da metade dos empresários brasileiros (66%) está confiante na recuperação dos negócios, mas o percentual não foi suficiente para manter o Brasil na mesma colocação do ano passado. O País caiu do 10º para o 8º lugar no ranking de nações mais otimistas. A lista é liderada por chineses e americanos.
Brasil é um dos países mais caros para ter automóvel
O custo/Brasil estende seus tentáculos para todas as áreas. Estudo da consultoria britânica Scrap Car Comparison constatou que o Brasil é o quinto país mais caro do mundo para se manter um carro – apenas Argentina, Colômbia, Turquia e Uruguai nos superam. A pesquisa levou em consideração despesas com combustível, seguro e manutenções mecânicas. Na outra ponta, Austrália é a nação com custos menores. Não à toa, as novas gerações de brasileiros pouco se animam para comprar um automóvel.
US$ 3,5 bilhões
é quanto o conglomerado japonês Softbank investiu em 48 startups da América Latina desde que iniciou aportes na região, em 2019. A intenção do grupo é acelerar ainda mais os desembolsos no continente
RAPIDINHAS
- Os minions (foto), aqueles simpáticos seres de animação que fizeram sucesso no cinema, viraram febre no Brasil. Lançada em maio, a coleção da marca de moda Puket inspirada nos amarelinhos respondeu por 50% do faturamento das lojas em julho. Em junho, o índice estava em 35%. Em maio, 15%. Os minions faturaram US$ 1,1 bilhão nas bilheterias dos cinemas.
- A Olimpíada fez sucesso no Brasil. Segundo dados do Facebook, o país foi o terceiro que mais se engajou no evento, atrás de Estados Unidos e Índia. É óbvio que o tamanho da população e a penetração das redes sociais pesam no ranking, mas é inegável que os brasileiros estiveram entre os mais entusiasmados com os jogos.
- O varejo físico está com os dias contados? Não para as Lojas Cem, uma das maiores redes de eletroeletrônicos do país. A empresa encerrará 2021 com 11 unidades abertas e definiu como meta inaugurar outras 12 em 2022. Com faturamento anual de R$ 6 bilhões, o grupo está presente nos estados de Minais Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.
- O market4u, maior rede de mercados autônomos da América Latina, abriu um centro de distribuição de mil metros quadrados em Brasília. Além da nova filial, a empresa está assumindo 20 pontos de venda de um de seus franqueados na cidade. No total, o market4u está presente em 84 municípios brasileiros.