“A Rússia é basicamente um grande posto de gasolina.” A frase dita por Jason Furman, ex-presidente do Conselho de Assessores Econômicos do governo Barack Obama, mostra com precisão o que está em jogo na guerra: combustível. A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e o maior exportador de gás natural. Portanto, o colapso da cadeia de abastecimento dos dois produtos não apenas provocaria uma escalada de preços no cenário mundial – inclusive no Brasil – como estragos no país de Vladimir Putin. Estima-se que, entre 2011 e 2020, o petróleo e o gás natural representaram 40% das receitas totais do governo russo. Do ponto de vista econômico, até a Ucrânia se beneficia, já que recebe – ou recebia antes da guerra – royalties dos gasodutos russos que passam em seu território para suprir a Europa. Por seu lado, os Estados Unidos também têm interesse na história, já que pretendem vender gás de xisto para a Europa.
Com bitcoin, russos driblam sanções econômicas
A Rússia pode ter encontrado um caminho para driblar as sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia: a adoção generalizada de moedas digitais como o bitcoin. Como elas operam de forma independente do sistema financeiro global, acabam se tornando um meio eficaz contra as restrições. Por enquanto, corretoras internacionais com forte presença na Rússia, como Binance e FTX, se recusam a congelar criptomoedas de usuários do país. A guerra econômica também será encarniçada.
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A polarização contamina todas as esferas da sociedade. Em um grupo de WhatsApp formado por empresários, as conversas têm girado em torno das inclinações ideológicas do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Há uma corrente que o define como líder da direita, enquanto outra o considera comunista. É impressionante como qualquer questão leva para a dicotomia. “Vocês não cansam da conversa mole de esquerda e direita? Chega dessa história”, escreveu no grupo o executivo de uma rede de farmácias.
Airbnb oferece 100 mil acomodações para refugiados
Empresas de diversas partes do mundo e setores diferentes se mobilizam para aliviar os efeitos perversos da guerra. O Airbnb tomou uma medida louvável. Segundo o fundador, Brian Chesky, a plataforma de hospedagens providenciará 100 mil acomodações para refugiados ucranianos na Alemanha, Hungria, Polônia e Romênia. Chesky diz que as despesas serão custeadas pelo Airbnb, abrangendo um período de ao menos 14 dias. Muitos proprietários já ofereceram seus imóveis para a iniciativa.
RAPIDINHAS
A guerra uniu rivais históricos. As administradoras de cartões Mastercard e Visa vão doar, cada uma, US$ 2 bilhões para organizações humanitárias que atuam na Ucrânia. Em linha com as sanções internacionais impostas à Rússia, as empresas também decidiram banir bancos russos de suas bases de pagamentos
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A MSC Cargo, maior empresa de navegação do mundo, interrompeu todos os embarques de cargas com origem e destino para a Rússia. Segundo a empresa, as exceções são cargas alimentícias e humanitárias. A medida isola ainda mais o país de Putin, que já havia sofrido restrições no transporte aéreo. A Maersk, outra gigante do setor, tomou medida parecida.
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Até a indústria de videogames se mobilizou para enfrentar a guerra. A francesa Ubisoft Entertainment, desenvolvedora da saga “Assassin’s creed”, um dos jogos mais vendidos da história, criou um pacote de assistência financeira para seus funcionárias na Ucrânia, incluindo empréstimos e auxílio-moradia.
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Os bilionários russos começam a se posicionar contra os ataques à Ucrânia. Em entrevista à agência Reuters, Mikhail Fridman, fundador do Alfa Bank, maior banco privado da Rússia e dono de uma fortuna estimada em US$ 12,8 bilhões, afirmou que “a guerra deve ser interrompida”. Em um contexto de sanções econômicas, fica mais difícil ganhar dinheiro.
US$ 5 bilhões
é quanto Oleg Tinkov, um dos homens mais ricos da Rússia, perdeu desde o início da guerra. Em menos de uma semana, as ações de seu banco digital Tinkoff caíram 90%
''Não há como ficar neutro entre o fogo e os bombeiros”
Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, criticando os países que não se manifestaram contra os ataques da Rússia à Ucrânia