O mercado financeiro, que apoiou de maneira quase irrestrita o presidente Jair Bolsonaro ao longo de todo o mandato, começa a se preparar para 2023. O curioso é que alguns analistas passaram a enxergar a próxima gestão até com certo otimismo. “A chance é grande de o Brasil voltar a ter atratividade”, disse Rogério Xavier, sócio-fundador da gestora SPX Capital, em evento promovido pela Empiricus. “Eu já falo há algum tempo que quando converso com meus pares em Londres eles mostram visão mais positiva do Lula do que de Bolsonaro. Não me matem, sou apenas o mensageiro”, ponderou na conversa com seus pares. Ontem, o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, fechou em alta de 1,31%, aos 116 mil pontos – e isso apesar da queda da cotação das estatais. Segundo analistas, o desempenho positivo provavelmente se deve aos aportes de investidores estrangeiros, que parecem acreditar em um futuro menos turbulento.
Meirelles, cotado para a Economia, assume cargo na iniciativa privada
Cotado para assumir o Ministério da Economia no governo Lula, Henrique Meirelles está de trabalho novo. O ex-presidente do Banco Central coordenará a expansão da ACCrédito, braço financeiro da Associação Comercial de São Paulo que se prepara para virar um banco digital. Sua expectativa, contudo, é a atividade pública: ele admitiu que encerrará os trabalhos na iniciativa privada se for convidado para integrar o governo. O mercado financeiro
torce para que Meirelles seja escolhido.
Reforma tributária tem chance de sair no governo Lula
O governo Lula certamente ganhará pontos se levar adiante a agenda reformista. Ao menos uma delas tem razoável chance de sair: a tributária. Está em tramitação no Congresso a PEC 45, de autoria de Bernando Appy, economista que mantém boa e antiga relação com as lideranças petistas. Appy, lembre-se, comandou a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda e a Secretaria Extraordinária de Reformas Econômico-Fiscais entre 2003 e 2008, ambas no governo Lula.
Telefônica diz que continuará a investir no Brasil
As grandes empresas começam a traçar seus planos para os próximos anos, já considerando o cenário com o novo presidente. A Telefônica, dona da Vivo, disse que manterá os aportes no país. “A Vivo acredita no Brasil, razão pela qual sempre desenvolveu uma visão de longo prazo”, afirmou Christian Gebara, presidente da Telefônica Brasil, em nota. “Somente em 2022, nossos investimentos acumulados já são mais de R$ 7 bilhões e continuaremos contribuindo para que a digitalização gere desenvolvimento.”
RAPIDINHAS
- O Klubi, única fintech autorizada pelo Banco Central para operar como administradora de consórcios no país, aproveita o bom momento da modalidade de crédito no Brasil. Entre janeiro e setembro, suas vendas cresceram 300% em relação ao mesmo período de 2021. O mercado brasileiro de consórcio fechou o primeiro semestre com o melhor resultado em 10 anos.
- A seguradora MetLife é uma das apoiadoras da primeira edição do evento “A Saúde e Suas Singularidades”, que será realizado pela consultoria SIMgular Gestão em Saúde no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte (MG), no próximo 4 de novembro. O encontro tem o objetivo de discutir o futuro do mercado de benefícios.
- Um estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas mostra a importância da bioeconomia, que envolve a produção a partir de recursos biológicos renováveis, no Brasil. Segundo o levantamento, o segmento responde por aproximadamente 20% do PIB brasileiro. Poucos países do mundo possuem uma representatividade tão alta.
- Elon Musk, novo dono do Twitter, prepara uma redução radical de custos na empresa. Ele afirmou a interlocutores que demitirá ao menos 25% de seus 7 mil funcionários. Nos últimos dias, Musk mandou embora vários diretores e profissionais que exerciam posições importantes na administração da rede social.
6,96%
foi quanto caiu ontem a cotação das ações da fabricante de armas de fogo Taurus na primeira sessão após a derrota do presidente Jair Bolsonaro. Com a eleição de Lula, a agenda armamentista perderá força