Uma das preocupações do agronegócio em relação ao futuro governo diz respeito à continuidade dos programas de regularização fundiária. A gestão Bolsonaro foi bastante ativa nesse campo. Em sua administração, Bolsonaro concedeu o recorde de 430 títulos de terra, algo que dificilmente se repetirá no governo Lula. Nas últimas semanas, entidades como a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) manifestaram apreensão com o tema. Mas o novo governo também traz oportunidades. O alegado compromisso ambiental de Lula poderá levar à ratificação do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. O acordo prevê, em um período de 10 anos, que as tarifas de exportação de alguns produtos da América do Sul à Europa sejam zeradas. Em contrapartida, os europeus eliminariam até 91% das taxas aplicadas ao Mercosul. Para especialistas, seriam beneficiados exportadores de suco de laranja, arroz, etanol e carne bovina, para citar apenas alguns exemplos.
Para Gustavo Franco, cenário político traz preocupação
Em carta enviada a clientes da Rio Bravo Investimentos, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco fez um alerta sobre o cenário político em 2023. “A coalizão que se desenha, construída a partir de várias vertentes do chamado Centrão, não tem vinculações históricas com a responsabilidade fiscal”, escreveu. “O risco é o de Nova República, e que desponta todas as vezes que se ouve a palavra governabilidade. Em 1985, este era o álibi para a irresponsabilidade, e do qual resultou a hiperinflação.”
Fim da linha para o Gol
Depois de 42 anos, o Gol deixará de ser fabricado pela Volkswagen a partir de 2023. Lançado em 1980 na fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo, o carro foi onipresente no país: com 8 milhões de unidades produzidas, tornou-se o mais vendido e exportado da história do mercado nacional. Sob diversos aspectos, o Gol revolucionou o segmento de veículos populares, mas ao mesmo tempo fez a Volks ser dependente demais de um único modelo. Ele será substituído pelo Polo Track.
Submarino investe no varejo físico
Quando surgiu, em 1999, o Submarino desbravou um mercado inexplorado no Brasil: o comércio eletrônico. Nas duas últimas décadas, a empresa consolidou-se como uma das mais fortes do ramo, embora tenha passado algum sufoco ao longo da jornada. Agora, pela primeira vez, resolveu investir no varejo físico. Há alguns dias, inaugurou seu primeiro quiosque em Barueri, na Grande São Paulo, para vender acessórios e tecnologia e para celular. A ideia é expandir o negócio por meio de franquias.
US$ 120 bilhões
é quanto o Brasil poderá faturar, até 2030, com o mercado de crédito de carbono, segundo cálculo feito pela consultoria WayCarbon
RAPIDINHAS
- A B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, encerrará 2022 sem a realização de um único IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês). Nesta semana, a Urca Real Estate Holdings Company, que atua com investimentos no mercado imobiliário, anunciou que desistiu da operação. O motivo são as condições adversas do mercado.
- As vendas do comércio avançaram 0,4% em outubro em relação a setembro – foi o terceiro crescimento consecutivo, segundo o IBGE. Apesar de positivo, o resultado indica que o varejo perdeu força: no mês anterior, ele havia crescido 1,2%. Em relação a outubro do ano passado, o setor subiu 2,7%. No acumulado do ano, 1%.
- A Eve, empresa de mobilidade aérea urbana da Embraer, fechou um acordo com a startup gaúcha FlyBIS para a venda de até 40 veículos elétricos de pouso e decolagem verticais (eVTOLs) – são os chamados “carros voadores.” A Eve vai bem: sua carteira é composta por 2.770 intenções de compra de aeronaves, de 26 clientes e dez países.
- O Spotify, maior plataforma de streaming de áudio do mundo, saiu do ar ontem para inúmeros usuários no Brasil. A maioria deles recebeu a mensagem de “erro na conexão.” Segundo relatos, a instabilidade ocorreu no período da manhã – quando a audiência é maior, já que as pessoas estão no trânsito para ir ao trabalho.