Se os investidores brasileiros estão receosos com o futuro governo, a turma de Wall Street parece ir na direção oposta. Desde a vitória de Lula na eleição presidencial de outubro e até 9 de dezembro, os estrangeiros despejaram R$ 7 bilhões na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
“Não se trata de uma marca notável, mas importante, já que os investidores locais permanecem pessimistas em relação à nova administração”, escreveram analistas do banco JP Morgan a respeito do fenômeno.
“Não se trata de uma marca notável, mas importante, já que os investidores locais permanecem pessimistas em relação à nova administração”, escreveram analistas do banco JP Morgan a respeito do fenômeno.
Novo governo não começou, mas para mercado financeiro ele será uma tragédia
Os relatórios das casas de análises de investimentos fornecidos a clientes deixam qualquer um de mau humor. Desanimados com os primeiros nomes do ministério de Lula, os analistas espalham pessimismo e praticamente decretam o fim do Brasil. Na Fintwit, a comunidade do mercado financeiro do Twitter, o desalento é evidente em quase todas as publicações. De fato, alguns sinais do futuro governo preocupam, mas parece haver excesso de desconfiança, talvez alimentado por inclinações ideológicas – como se sabe, a turma das finanças preferia Jair Bolsonaro. Os analistas dessas casas deveriam fazer avaliações desapaixonadas e apontar oportunidades mesmo quando o cenário é desafiador. Em outras palavras: um pouco mais de equilíbrio faria bem a esses especialistas. Não significa, contudo, deixar de sinalizar erros ou ser condescendente com deslizes da nova gestão, que certamente virão. Mas não é melhor esperar ao menos que o governo comece para valer?
CNI aprova Aloizio Mercadante no BNDES
Nem todo o setor produtivo está descontente com a escolha de Aloizio Mercadante para presidir o BNDES. Em nota, a Confederação Nacional da Indústria aprovou o nome do petista: “A CNI confia na capacidade de Aloizio Mercadante de coordenar os trabalhos do maior banco de fomento do país e direcionar os seus esforços para uma atuação focada no apoio ao fortalecimento do setor produtivo e na implementação de estratégias que contribuam para o crescimento sustentado da economia.”
O Banco do Brasil valia R$ 126 bilhões antes da eleição. Hoje, vale R$ 96 bilhões. São R$ 30 bilhões de custo PT”
• Renato Breia, sócio-fundador da casa de análises de investimentos Nord Research
93,8%
dos brasileiros já se sentiram estressados por enfrentar problemas com dinheiro, conforme pesquisa realizada pela finech Provu
Alibaba: se os números são ruins, é melhor escondê-los
O conglomerado chinês de comércio eletrônico Alibaba adotou uma estratégia condenável: se os negócios não vão bem, melhor escondê-los. Pela primeira vez na história, o grupo não divulgou o desempenho de vendas de seu festival conhecido como “Dia dos Solteiros”. O mercado previa queda nas compras de mercadorias em promoção, mas a suspeita agora é que o resultado tenha sido muito pior do que se imaginava. O Alibaba tem sofrido em 2022 com a perda de tração da economia local.
RAPIDINHAS
• A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e a empresa de baterias Echion Technologies fecharam um acordo para a construção de uma fábrica de óxidos de nióbio em Araxá, no interior de Minas Gerais. A unidade receberá US$ 80 milhões em investimentos e terá capacidade para produzir 2 mil toneladas do material por ano.
• A Fifa faturou alto com a Copa. De acordo com um levantamento realizado pelo site britânico Sport Business, a entidade máxima do futebol teve US$ 1,7 bilhão em receitas de patrocínios no último ciclo de quatro anos que foi concluído no Mundial do Catar. No ciclo anterior, a cifra foi de US$ 1,6 bilhão.
• A plataforma de conteúdo e serviços para investidores TC (ex-Traders Club) assinou um memorando de intenções para a criação de uma joint venture com a Ourominas, empresa especializada em soluções financeiras nos mercados de ouro e câmbio. Em linhas gerais, a ideia da parceria é a distribuição de produtos financeiros.
• A gestora Pátria Investimentos vendeu nesta semana a Odata, sua empresa de data centers, para a provedora americana Aligned. Com oito data centers na América Latina – quadro deles no Brasil e os demais na Colômbia, Chile e México –, a Odata abrirá as portas da região para os americanos. O valor da transação não foi revelado.