Os discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a agenda de privatização trouxe de volta os debates sobre a reestatização da Eletrobras, a maior geradora de energia elétrica da América Latina. Afinal, qual é a chance de a companhia retomar para a mão pesada da administração pública? A possibilidade é mínima. O Estatuto Social da Eletrobras prevê que, se o governo quiser recomprar ações para reestatizar a empresa, será obrigado a pagar o triplo da maior cotação dos papéis nos últimos dois anos. Como se sabe, o Estado vive situação de penúria – não há, portanto, recursos disponíveis para isso. Um debate que deverá esquentar nas próximas semanas envolve a privatização do Porto de Santos, também o maior da América Latina. Lula não quer dar sequência ao processo iniciado na gestão de Jair Bolsonaro, mas o novo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pretende levar a iniciativa adiante.
Com crise global, fusões e aquisições diminuem
A desaceleração da economia global afetou o mercado de fusões e aquisições. De acordo com levantamento realizado pela empresa de dados financeiros Refinitiv, as transações globais somaram US$ 3,61 trilhões em 2022, o que significou uma queda de 37% em relação a 2021. Foi o maior recuo em termos percentuais desde 2001. Na América Latina, as operações totalizaram US$ 86 bilhões, ou um recuo de 35%. Para especialistas, a tendência é que as fusões e aquisições aumentem em 2023.
Nos investimentos, foco no longo prazo é a estratégia vencedora
Não existe fórmula infalível no mundo dos investimentos, mas ter foco no longo prazo é uma estratégia que costuma ser bem-sucedida. Os acionistas da Meta, ex-Facebook, lamentaram a queda de 65% da cotação das ações da empresa em 2022. Sem dúvida, trata-se de desempenho desastroso. Nos últimos 10 anos, contudo, os papéis da gigante de Mark Zuckerberg tiveram valorização de 346%. Fenômeno parecido ocorreu com a Amazon. Em 2022, suas ações caíram 50%. Na década, avançaram 574%.
Produção de ônibus acelera em 2022
Enquanto o mercado de automóveis segue com o freio de mão puxado, a produção de ônibus no Brasil teve um 2022 para comemorar. De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o setor produziu 31,7 mil unidades no ano passado, o que representou um avanço robusto de 67,7% sobre 2021. Além do aumento do consumo interno motivado pelo boom das viagens rodoviárias, as exportações também contribuíram para o resultado, com alta anual de 23,1%.
“ Para o país crescer, é preciso retomar investimentos, investimento público direto, mas também dar celeridade a projetos de concessão, licenciamentos e outorgas que possam ser tocados pela iniciativa privada”
Rui Costa, ministro da Casa CivilRAPIDINHASn Os carros elétricos avançam em marcha lenta. Um relatório do banco americano Citibank constatou que os elétricos e híbridos responderam por 14,6% do mercado automotivo global em 2022. Em 2023, a fatia chegará a 20%. Esperava-se
que os elétricos representassem mais da metade das vendas até 2025. A marca dificilmente
será alcançada.
n A importação de máquinas e equipamentos está em alta no Brasil. De janeiro a outubro de 2022, os negócios totalizaram US$ 20,4 bilhões, o que equivale a um crescimento de 13% sobre idêntico período do ano passado. Os dados são da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei).
n O Mercado Livre divulgou seu tradicional relatório sobre os produtos mais vendidos pela plataforma no Brasil. No ano passado, a campeã de encomendas foi a “creatina”, suplemento usado por praticantes de musculação. Depois vieram refletores de LED e leite condensado. Ou seja, os brasileiros se preocupam
com a boa forma, mas não dispensam doces.
n Os preços dos aluguéis residenciais estão em queda. Em dezembro, eles recuaram 1,19%, sendo que em novembro já haviam caído 0,36%. No acumulado de 2022, contudo, os valores subiram 8,25%. Os novos dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio
Vargas (Ibre/FGV).