A barbárie perpetrada por terroristas em Brasília provou ao menos que a sociedade está engajada na defesa dos valores democráticos. O setor produtivo e boa parte do mercado financeiro demonstraram justa indignação. Em nota, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) disse que “repudia, veementemente, a invasão e depredação dos prédios públicos”. Por sua vez, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) pediu a “punição dos responsáveis pelos crimes praticados contra a decisão manifesta nas urnas”. Presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney afirmou esperar “firme reação do Estado”. Voz importante do agronegócio, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) declarou que “as opiniões políticas – tão valiosas para a democracia – devem ser manifestadas pelo voto e pelos canais republicanos, jamais pela força e pela incivilidade”. O Brasil ficou ferido, mas não se dobrará ao terrorismo.
Bolsa de Valores ignora atentados em Brasília
Muitos analistas financeiros passaram a noite de domingo alertando investidores sobre a tragédia que seria o desempenho da bolsa de valores (foto) no dia seguinte às invasões terroristas em Brasília. Erraram feio. O Ibovespa fechou a segunda-feira com alta de 0,15%, ignorando os prognósticos pessimistas. O que houve? A leitura do mercado é que, apesar da gravidade dos fatos, o Brasil voltou rapidamente à normalidade, sem o risco de ruptura democrática. Ou seja: o pior já passou.
Redes sociais fecham o cerco aos extremistas
As redes sociais se mobilizaram em prol da defesa da democracia brasileira. Dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, a Meta decidiu remover de suas plataformas conteúdos que apoiaram os ataques em Brasília. Segundo a empresa, foram eliminadas milhares de postagens que defenderam de alguma maneira umas das páginas mais repugnantes da história do Brasil. O YouTube, que pertence ao Google, proibiu a veiculação de programas que exibem teor “nocivo”. Sem as redes sociais, os extremistas perdem a voz.
Para Wells Fargo, ataques não afetarão a economia
Um relatório do banco americano Wells Fargo distribuído a clientes traduz o sentimento dos investidores estrangeiros a respeito do Brasil. “Qualquer ataque à democracia é preocupante, mas duvidamos que os protestos do último fim de semana perturbarão os processos democráticos no Brasil de forma significativa”, disse o economista Brendan McKenn. Para ele, os ataques não prejudicarão os negócios: “Não haverá impacto duradouro sobre os mercados financeiros ou sobre a economia do Brasil”.
US$ 1,6 bilhão
foi o superávit da balança comercial brasileira na primeira semana de janeiro, no início do governo Lula, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)
“Estamos juntos do povo brasileiro e de suas instituições na defesa dos valores democráticos, de transições eleitorais pacíficas e do Estado de direito”
• Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
RAPIDINHAS
• A companhia aérea Azul teve um 2022 marcado pela recuperação das atividades. De acordo com a prévia de resultados da empresa, o seu tráfego consolidado de passageiros (RPKs) aumentou 27% no ano passado em relação a 2021. Já a taxa de ocupação foi de 79,7%, o que significou um aumento de 0,5 ponto percentual diante do período anterior.
• O BTG Pactual ampliará o programa boostLAB, criado em 2018 para acelerar startups. Além da mentoria, o banco decidiu investir nas empresas que participam do projeto. A ideia é selecionar dez fintechs e destinar até R$ 1,5 milhão para cada uma delas. Nos últimos 5 anos, o boostLAB apoiou 76 novatas do setor financeiro.
• Os cortes de pessoal feitos por Elon Musk afetaram a operação do Twitter no Brasil. Segundo o jornal americano The Washington Post, Musk demitiu a equipe inteira que trabalhava no país, inclusive os responsáveis pela moderação de conteúdo. Ao todo, o bilionário já mandou embora metade da força de trabalho da rede social no mundo.
• As demissões afetam diversos setores. Em comunicado enviado a funcionários nos Estados Unidos, o presidente do McDonald's, Chris Kempczinski, afirmou que haverá cortes nas próximas semanas. O McDonald’s emprega cerca de 200 mil pessoas em cargos corporativos, sendo que 75% delas ficam fora dos Estados Unidos.