O temor de intervenção do governo na política monetária tem provocado calafrios no mercado financeiro. Baixar juros na marra, dizem economistas, gestores de recursos e donos de casas de análise de investimentos, só traria mais insegurança ao país e poderia levar a um cenário de inflação descontrolada. O que fazer então? “Quer baixar os juros logo? Diga que não vai mexer na independência do Banco Central e que terá compromisso com a responsabilidade fiscal”, afirmou, em uma publicação nas redes sociais, Renato Breia, sócio-fundador da casa de análises Nord Research. Para o cada vez mais tenso mercado financeiro, forçar a redução da taxa Selic no curto prazo, como insiste o presidente Lula, poderia levar a um efeito contrário: a disparada da inflação e a necessidade de juros ainda mais altos e por mais tempo. Para não deixar dúvidas: não há, pelo menos por enquanto, espaço para o Banco Central cortar juros.
Lojas Marisa prepara plano para reestruturar dívida
O cenário de juros altos tem obrigado grandes empresas a procurar meios para renegociar suas dívidas. Atenta à nova realidade, a Lojas Marisa fez dois movimentos no mercado. Contratou o banco de investimentos BR Partners para assessorá-la nos processos de renegociação e a consultoria Galeazzi Associados para reestruturar custos. Entre dívidas bancárias e vencimentos de longo prazo, a rede varejista deve R$ 242 milhões. A conta não inclui R$ 558 milhões em financiamentos.
Empreendedores negros ganham menos que brancos
Diversos estudos mostram os abismos salariais entre empregados negros e brancos. O que se descobriu agora é que as diferenças de rendimentos também estão expressas entre os empreendedores. Um estudo feito pelo Sebrae a partir de dados da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) constatou que os homens negros donos do próprio negócio ganham 32% menos que brancos. Entre as empresárias negras, a defasagem é de 39%. A disparidade é o retrato do racismo estrutural no Brasil.
Amazon fecha livrarias e outras lojas físicas
Nos últimos 5 anos, a Amazon foi na contramão do varejo. Enquanto muitos diziam que as lojas físicas estavam mortas, a empresa passou a investir em livrarias físicas, lojas autônomas e até redes de supermercados. Pelo visto, o projeto naufragou. Em 2022, fechou 68 livrarias e diversos supermercados. Até os estabelecimentos autônomos, aqueles que não exigem atendimento humano, fecharam as portas. Faz sentido: o faturamento das lojas físicas equivale a pouco mais de 10% das vendas online.
Rapidinhas
- A startup britânica 3DBT apresentou ao mercado o primeiro bife de carne suína cultivado em laboratório. A empresa usa células extraídas de porcos vivos para realizar o processo. Ou seja, não há necessidade de abate. As carnes sintéticas, conhecidas como “clean meat” (carne limpa), deverão chegar em breve aos supermercados.
- Um relatório produzido pelo Banco Central com dados do Banco Mundial revelou que 26% dos brasileiros usam o celular para pagar contas. O número é baixo diante da alta disseminação de smartphones no Brasil, que aparece na 29ª posição entre 122 países pesquisados pelo Banco Mundial. Suécia, Finlândia e Noruega lideram o ranking.
- O nível de endividamento dos brasileiros se manteve estável em janeiro, mas os resultados são alarmantes. Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), oito em dez famílias tinham dívidas a vencer no mês, a mesma proporção de dezembro. O estudo também mostrou que 11% dos consumidores não conseguem pagar débitos atrasados.
- A onda de demissões que varreu o setor de tecnologia chega agora ao setor aéreo. A fabricante de aviões Boeing planeja demitir 2 mil funcionários nas áreas de finanças e recursos humanos. Não deixa de ser curioso o fato de a empresa americana ter anunciado um mês atrás que contrataria 10 mil pessoas em 2023.
302 milhões de toneladas
deverá ser a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2023, de acordo com o IBGE. Se o número for confirmado, será o melhor desempenho da história
“Precisamos de 25% a mais de engenheiros para fazer o mesmo trabalho que nossos concorrentes. Não posso me dar ao luxo de ser 25% menos eficiente”
- Jim Farley, presidente global da montadora americana Ford