Depois de diversos economistas criticarem a política de juros altos do Banco Central, agora é o mercado financeiro que entra no time dos descontentes. Em entrevista para o podcast Market Makers, Pedro Cerize, presidente da casa de análises Inv e fundador da Skopos Investimentos, disse que o Brasil “tem o pior Banco Central do mundo.” Não é uma voz isolada. Em mais de uma ocasião, Rogério Xavier, sócio da gestora SPX, reclamou da postura do BC. Segundo Xavier, o banco exagerou na dose tanto quando baixou demais a Selic e agora o risco fiscal não justifica o atual nível de juros. Ele tem razão? A verdade é que a economia brasileira permanece engessada com os juros nas alturas, sem espaço para voltar a crescer. A pressão contra o Banco Central aumenta, mas Campos Neto (foto) não dá pistas sobre qual caminho deverá tomar. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) será realizada no início de maio.
Indústria brasileira de fertilizantes investirá R$ 21 bilhões em 4 anos
No início da guerra entre Rússia e Ucrânia, os agricultores brasileiros temiam o desabastecimento de fertilizantes, já que boa parte dos produtos importados vinham daquela região. Pouco mais de um ano depois, a situação normalizou-se com a chegada de novos fornecedores, especialmente do Canadá e China. No futuro, o cenário ficará melhor. Segundo balanço do Sinprifert, o sindicato da indústria, nos próximos 4 anos serão investidos R$ 21 bilhões na expansão da produção nacional de fertilizantes (foto).
Pedidos de recuperação judicial disparam em 2023
Os juros altos e a consequente falta de crédito têm complicado a vida de muitas companhias brasileiras. Um novo estudo realizado pela Alvarez & Marsal, consultoria especializada em reestruturação de empresas, estima que, em 2023, pelo menos 1,3 mil deverão entrar com pedido de recuperação judicial. Os dois primeiros meses do ano já ligaram o sinal de alerta, com 195 casos registrados. São dados alarmantes. Para efeito de comparação, em 2022 foram 866 episódios de recuperação judicial.
Volks espanta crise e contrata para fábrica em São Paulo
Nos últimos dois anos, a indústria automotiva (foto) ficou marcada pela paralisação temporária das operações nas fábricas, corte de pessoal e vendas em queda. O cenário está longe de ser revertido, mas algumas nuvens carregadas começam a ficar para trás. A Volkswagen anunciou a contratação de 100 funcionários para a planta de São Bernardo do Campo (SP), uma surpresa diante dos desafios enfrentados pelo setor. O mercado aguarda com expectativa a queda de juros para acelerar os negócios.
Rapidinhas
A Índia está de olho no etanol brasileiro. Em evento recente, a cônsul Manisha Swami afirmou que seu país elevará a mistura de etanol na gasolina do patamar atual de 10% para 20% a partir de 2025. “Vamos investir no etanol com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, já que temos a quarta frota automobilística mundial”, disse.
A fabricante de papel e celulose Paper Excellence planeja investir R$ 16 bilhões na expansão de suas atividades no país. Segundo a empresa, os recursos serão destinados principalmente para a ampliação da planta industrial em Três Lagoas (MS), Antes, contudo, é preciso resolver a disputa judicial com a J&F pelo controle da Eldorado Celulose.
Algumas empresas da indústria automotiva tem conseguido driblar a crise que afeta o setor. A fabricante catarinense de peças Riosulense cresce ao ritmo de 20% ano desde 2018, e espera avançar 25% em 2023. A companhia atribui o resultado a inovações como a impressão 3D de protótipos.
Um programa lançado recentemente pela Comgás, maior distribuidora de gás canalizado do país, para a contratação de mulheres com mais de 40 anos começa a trazer resultados. Em 2021, elas representaram 26% do quadro total de funcionários. Atualmente, o índice é de 32%. O combate ao etarismo avança no mundo corporativo.
65%
Dos profissionais brasileiros afirmam que a pandemia fez com que reavaliassem o papel do trabalho em suas vidas, segundo pesquisa da Gartner
"Nossa agropecuária é provavelmente a única capaz de ampliar a presença nos mercados globais. Hoje, o setor gera oitenta vezes mais riqueza do que há cinco décadas"
Maílson da Nóbrega, economista e ex-ministro da Fazenda