É curioso como os agentes estrangeiros e brasileiros do mercado financeiro têm visões divergentes sobre os rumos da economia no país. Ontem, as agências de risco enxergaram com bons olhos a indicação de Gabriel Galípolo, braço direito de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, como diretor de Política Monetária do Banco Central. Segundo as tais agências, Galípolo é um nome técnico que não permitirá movimentos populistas na autarquia federal. Enquanto isso, uma parte nada desprezível do mercado financeiro local acha que o indicado é “desenvolvimentista” demais para o cargo – ele, afinal, defende a retomada dos investimentos públicos como instrumento para fazer a economia crescer. Formado em economia pela PUC-SP e professor da UFRJ, Galípolo foi CEO do Banco Fator. Antes de se aproximar dos petistas, desfrutava de ótimo trânsito com a turma da Faria Lima, o coração do mercado financeiro em São Paulo.
Itaú tem maior lucro de um banco no primeiro trimestre
O mercado financeiro esperava que viessem resultados positivos no balanço do Itaú Unibanco, mas, ainda assim, os números surpreenderam. No primeiro trimestre, o banco teve lucro líquido recorrente de R$ 8,4 bilhões, o que representou um salto de 14,6% sobre igual período do ano passado. Mais do que isso: conforme levantamento feito pela plataforma TradeMap, foi o maior lucro para os três primeiros meses do ano entre os bancos de capital aberto listados na B3, a bolsa de valores de São Paulo.
19,4%
foi quanto caiu a produção de veículos no Brasil em abril diante do mês anterior, conforme dados da Anfavea, a associação dos fabricantes
Laboratório Fleury recebe novo ataque de hackers
Os ataques cibernéticos estão em alta na área de saúde. Em 2021, hackers invadiram o sistema de agendamento de exames do laboratório Fleury. Nessa semana, a empresa virou novamente alvo dos criminosos, que corromperam os sistemas de comunicação entre o Fleury e a rede de hospitais atendidos. Um estudo da empresa especializada em risco cibernético Tenable estima que 35% dos golpes virtuais no mundo miram o setor de saúde. O surpreendente é que 43% dos ataques vieram de endereços brasileiros.
"A taxa de juros atual é incompatível com a expectativa de crescimento da indústria"
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea
RAPIDINHAS
Um levantamento realizado pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) a partir de dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) aponta que o setor de seguros de pessoas pagou R$ 3,66 bilhões em sinistros no primeiro trimestre de 2023. O número equivale a um aumento de 8,2% em relação ao mesmo período de 2022.
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A Votorantim, tradicional companhia da família Ermírio de Moraes, entrou no setor farmacêutico. Por cerca de R$ 1,2 bilhão, comprou 5,11% do capital da Hypera Pharma, uma das maiores farmacêuticas do Brasil. Fundada em 2011 pelo empresário João Alves de Queiroz Filho, a Hypera tem valor de mercado de R$ 23 bilhões.
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As vendas de veículos importados aceleram com força no Brasil. De janeiro a abril, segundo balanço da Abeifa, entidade que reúne as empresas do ramo, 9.942 unidades passaram a circular nas ruas do país, o que representa um aumento de 84% na comparação anual. Enquanto isso, os fabricantes nacionais sofrem com o
mercado morno.
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Os bons velhinhos nunca decepcionam. A Berkshire Hathaway, conglomerado de seguros e investimentos administrado pelos bilionários Warren Buffett, de 92 anos, e Charlie Munger, de 99, viu seu lucro líquido disparar 536% no primeiro trimestre de 2023 em relação a idêntico intervalo de 2022. É a força da experiência.