Os empresários estão impacientes com a manutenção da taxa de juros em níveis elevados. Com a aprovação do novo marco fiscal e os sinais de trégua da inflação, boa parte deles acredita que chegou a hora de redução da Selic. “Não dá mais para suportar um cenário desses”, desabafou, em um grupo de WhatsApp, o presidente de uma construtora paulista. “Está difícil demais vender”, concordou o diretor de uma rede de concessionárias de carros. A despeito da pressão que certamente ganhará volume nas próximas semanas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem se mantido firme na defesa da atual política monetária, recusando-se a dar qualquer indício de que o ciclo de quedas esteja prestes a começar. Entre economistas, a expectativa é que o BC corte os juros apenas em sua reunião de setembro. Antes disso, haverá outros dois encontros, em junho e agosto, mas o mercado duvida que alguma mudança seja feita nessas ocasiões.
Ações de Petrobras e Banco do Brasil contrariam previsões pessimistas
Durante a campanha eleitoral, muitos analistas de investimentos afirmaram que era hora de fugir das ações de empresas estatais. Eles diziam que, em eventual vitória de Lula, os papéis dessas companhias desabariam diante da provável ingerência do governo. Pois bem. Até agora, as ações de Petrobras e Banco do Brasil, as estrelas do portfólio governamental, fazem bonito na Bolsa, com alta de cerca de 20% e 30%, respectivamente. Enquanto isso, o Ibovespa permanece quase parado.
Julgamento do Ferrogrão pressiona governo
Após o Ministério dos Povos Originários cobrar o governo para mudar o posicionamento favorável ao projeto da ferrovia Ferrogrão, a pressão aumenta com a proximidade do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) pelo STF, em 31 de maio. Além da alteração dos limites de área de proteção permanente (razão da ADI), ambientalistas dizem que os povos indígenas não foram consultados e que a Ferrogrão aumentará a especulação fundiária, atraindo mais desmatamento em Mato Grosso e no Pará.
Latam avança no mercado brasileiro
A Latam fechou abril na liderança do setor aéreo brasileiro. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a empresa alcançou no mês a maior participação (em RPK) do mercado doméstico (37,4%) e internacional (22,06%). Além disso, registrou crescimento de 21,6% no número de passageiros transportados. Atualmente, viaja pra 55 destinos no Brasil e 21 internacionais (em 28 rotas operadas a partir de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis e Fortaleza).
Rapidinhas
- Os bancos adotaram uma boa medida para coibir fraudes contra clientes. Em decisão conjunta, as instituições decidiram compartilhar informações sobre golpes, especialmente os digitais. A ideia é criar um sistema eletrônico para o registro e consulta de ocorrências. Em 2022, foram identificados no país 1,3 milhão de vírus voltados para o roubo de dados financeiros.
- O turismo doméstico brasileiro decolou em 2023. No primeiro trimestre, segundo dados da Fecomercio-SP, o faturamento do setor acelerou 25,4% em relação a um ano atrás. Para a entidade, o bom resultado se deve ao melhor ambiente econômico do país, mas destaca também que havia demanda reprimida.
- A Meta, dona do Facebook, inicia nesta semana mais uma rodada de demissões em suas operações mundo afora, inclusive no Brasil. Uma estimativa diz que pelo menos 6 mil funcionários poderão ser desligados, mas há o risco de o número ser muito maior. Em 2022, o conglomerado demitiu cerca de 11 mil colaboradores.
- A França impôs uma medida radical para diminuir a emissão de gases do efeito estufa: proibiu voos domésticos de curta distância. A mudança afeta principalmente as viagens entre Paris e centros regionais como Nantes, Lyon e Bordeaux. Segundo as autoridades, a ideia é que os trens, que são menos poluentes, substituam os aviões.
R$ 17 bilhões
foi o prejuízo da operadora OI nos três últimos meses de 2022. Afundada em dívidas, a empresa aguarda a aprovação de seu novo plano de recuperação judicial