Nos últimos dias, economistas e o mercado financeiro em geral têm investido muito tempo para debater o tamanho do corte de juros que provavelmente será feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto, na semana que vem. As apostas variam de 0,25 ponto percentual, numa visão mais cautelosa, a 0,5 ponto, na mais agressiva. Em relatório recente, por exemplo, analistas do banco BTG disseram que é mais provável que a redução seja de 0,5 pontos. Obviamente, a medida exata provocará algum impacto imediato, principalmente no mercado de capitais, que aguarda ansioso a queda acelerada da Selic. Contudo, é preciso dizer que isso, no fundo, não faz tanta diferença assim. O que está em jogo é a direção que a curva de juros deverá tomar. Se for para baixo – conforme a aposta de quase a totalidade dos especialistas –, o Brasil poderá iniciar a dura caminhada para a retomada do crescimento econômico.
Crédito
A Selic alta continua enfraquecendo a concessão de crédito no Brasil. Em junho, segundo dados apurados pelo Banco Central, as operações financeiras desse tipo cresceram apenas 0,1% em relação ao mês anterior. Em doze meses, houve avanço de 8,9%. Parece muito, mas não é: trata-se do ritmo mais fraco de crescimento desde fevereiro de 2020, às vésperas de a pandemia de coronavírus provocar estragos em diversos setores econômicos. É consenso que o crédito só voltará a brilhar com a queda dos juros.
Americanas corta milhares de funcionários
Quando entrou em recuperação judicial, em janeiro, a rede varejista Americanas afirmou, com todas as letras, que evitaria demissões em massa. Pois bem: a empresa informou ao mercado ter demitido, entre 17 e 24 de julho, 1.404 funcionários, o equivalente a 4% de sua força de trabalho. Desde o início do ano, 7.382 trabalhadores foram afastados da companhia. A Americanas vive caminhos tortuosos desde a revelação de inconsistências contábeis que totalizam ao menos R$ 20 bilhões.
Shein fatura alto no mercado brasileiro
A Shein, empresa de comércio eletrônico fundada na China, mas com sede em Singapura, tem faturado alto no mercado brasileiro. Em comunicado enviado a investidores, a companhia informou que o volume total de mercadorias vendidas em seu marketplace no Brasil está próximo de US$ 100 milhões. Detalhe: a Shein lançou a plataforma em maio. Portanto, precisou de menos de três meses para atingir a notável marca. A razão para o sucesso é óbvia: preços mais baixos do que os praticados pelos rivais.
Rapidinhas
A Ferrara Candy Company, uma das maiores empresas de doces dos Estados Unidos, comprou a brasileira Dori Alimentos, conhecida no mercado pelos snacks de amendoins, gomas e balas de iogurte. Com forte atuação internacional – suas exportações chegam a 60 países, a Dori possui quatro fábricas no Brasil. O valor do negócio não foi revelado.
O Nubank prepara ambiciosa investida no setor de turismo. Em parceria com o aplicativo americano Hopper, o banco digital passará a vender pacotes de viagens e outros serviços ligados a esse ramo dentro de seu aplicativo. Por ora, a iniciativa está em gestação. Segundo a Nubank, o projeto entrará no ar só no ano que vem.
O iFood, maior plataforma de delivery do Brasil, vai transmitir, em seu aplicativo, as próximas partidas da Seleção Brasileira que disputa a Copa do Mundo de futebol feminino. O projeto é fruto de parceria com a CazeTV, que exibe os jogos em seu canal no YouTube. Será a primeira transmissão de um evento ao vivo pelo iFood.
A Olimpíada de Paris, que será realizada daqui um ano, quebrará recordes de parcerias comerciais. A Cerimônia de Abertura, por exemplo, contará com apoio de 62 marcas – e o número não para de crescer. Para efeito de comparação, os Jogos de Tóquio, realizados em 2021, tiveram 58 patrocínios para o mesmo evento.
437,3%
São os juros anuais cobrados no rotativo do cartão de crédito, segundo o Banco Central. O número caiu em relação a um mês atrás, mas ainda é um escândalo
''Eu não quero saber do passado, quero saber do presente. Será um trabalho técnico. Ele será muito bem-vindo pela nossa equipe''
Simonte Tebet, ministra do Planejamento, sobre a indicação, pelo presidente Lula, do economista do PT, Marcio Pochmann, para a presidência do IBGE