Os economistas tendem a olhar para o Brasil com pessimismo, mas é preciso fazer justiça aos avanços alcançados nos últimos anos. Desde 2015, o país colocou para andar uma série de reformas que melhoraram tanto as contas públicas quanto o ambiente de negócios. Entre elas, para citar apenas as mais visíveis, estão as novas regras trabalhistas e previdenciárias e os marcos regulatórios que destravaram investimentos em áreas sensíveis como saneamento. Também é preciso reconhecer que, a despeito da desconfiança da maioria dos economistas, o governo Lula, especialmente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem demonstrando algum nível de preocupação com a questã o fiscal – o arcabouço está aí para confirmar tal percepção. Agora chegou a vez de a reforma tributária desatar o nó dos impostos, e parece haver disposição sincera em Brasília para levá-la adiante. É inegável que o Brasil tem sérios problemas a resolver, mas também deve-se admitir que o horizonte ficou menos turbulento.
Para gestor, Haddad é uma “voz dissonante no governo”
O maior temor do mercado financeiro em relação à agenda econômica da gestão Lula diz respeito à situação fiscal. Segundo o gestor de um dos maiores fundos de investimentos do Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, parece ser o único integrante do governo preocupado com a questão dos gastos públicos. “Haddad entendeu que, sem responsabilidade fiscal, não há crescimento”, diz “O problema é que ele tem sido uma voz dissonante em uma administração inclinada a gastar inclusive o que não tem.”
Decolar e CVC crescem após crise da 123 Milhas
A crise da 123 Milhas, que entrou há alguns dias em recuperação judicial, deverá impulsionar os resultados da concorrência. A agência Decolar projeta agora crescer 20% em 2023 na comparação com 2022. Na CVC, maior operadora de turismo do país, as vendas aceleraram desde que o mercado descobriu os problemas da 123 Milhas – a procura por pacotes para a Europa, por exemplo, aumentou 36%. Especialistas dizem que o episódio deverá levar os consumidores a buscar agências tradicionais.
Produção industrial decepciona
Se na semana passada o PIB trouxe uma surpresa positiva para a economia brasileira, desta vez o resultado da produção industrial causou certo desânimo e mostrou que o caminho para a plena recuperação será longo. Em julho, a produção das indústrias brasileiras caiu 0,6% em comparação com junho, conforme dados do IBGE. O desempenho foi pior do que o esperado pelos economistas, que previam queda de 0,4%. Na comparação anual, a performance foi ainda mais fraca, com recuo de 1,1%.
Rapidinhas
O biogás, um tipo de biocombustível produzido a partir de materiais orgânicos, está em alta no Brasil. De acordo com o Centro Internacional de Energias Renováveis e Biogás (CIBiogás), 114 unidades do tipo foram inauguradas no país em 2022, um acréscimo de 15% em relação ao ano anterior. Atualmente, 936 plantas operam no país.
Até Warren Buffett está de olho em energia renovável. O megainvestidor americano, famoso por seus investimentos no pouco sustentável mercado de óleo e gás, desembolsou US$ 500 milhões em projetos ligados a fontes solares. Depois de dizer que “estudou a fundo o assunto”, Buffett decidiu se render à nova era ambiental.
A rede de academias Smart Fit assinou contrato com o Comitê Olímpico Brasileiro para patrocinar o “Time Brasil” nas principais competições esportivas, incluindo a Olimpíada de Paris, em 2024. A empresa pretende acelerar seu plano de expansão. No primeiro semestre, o número de unidades abertas avançou apenas 4% diante de igual período de 2022.
A alta demanda dos brasileiros levará a Qatar Airways a aumentar frequência de voos diários que conectam São Paulo a Doha. Serão três e não mais duas decolagens por dia. As viagens internacionais estão em alta: em julho, os brasileiros gastaram US$ 1,3 bilhão no exterior, o maior patamar para o mês desde 2019.
“Se faltar dinheiro, você certamente vai cancelar o serviço de streaming. No entanto, ninguém vai cancelar a água”
Louise Barsi,
economista, educadora financeira e filha de Luiz Barsi, um dos maiores investidores individuais da bolsa brasileira, explicando por que investe em ações de companhias da área de saneamento
85 milhões
de empregos deixarão de ser preenchidos até 2030 por falta de profissionais capacitados, segundo pesquisa da consultoria Korn Ferry