Jornal Estado de Minas

MERCADO S/A

Haddad culpa Bolsonaro pelo risco fiscal


Os governantes brasileiros têm o péssimo hábito de atribuir a culpa pelas dificuldades econômicas do Brasil a seus antecessores. Quando foi eleito pela primeira vez, em 2002, o presidente Lula se referiu à dívida pública deixada pela gestão de Fernando Henrique Cardoso como uma “herança maldita”, expressão que acabaria se tornando famosa.



Agora, com outras palavras, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto), falou algo parecido sobre Jair Bolsonaro. De acordo com Haddad, houve no ano passado uma “desarrumação da casa” feita com o objetivo de ganhar a eleição presidencial. Haddad citou em particular a desoneração de combustíveis, medida que aumentou o risco fiscal do país. A afirmação faz sentido, mas é preciso que o atual governo olhe mais para frente e menos para o passado. Lula caminha para encerrar seu primeiro ano de mandato – portanto, já houve tempo suficiente para que deixe suas próprias marcas.

Seca no Amazonas poderá encarecer produtos na Black Friday

Muitos negacionistas acham que os extremos do clima não preocupam. Eles estão errados. A seca extrema que atinge quase todos os municípios do Amazonas prejudicará o escoamento de produtos da Zona Franca de Manaus. Resultado: podem faltar mercadorias para a Black Friday e o Natal. Com a escassez de produtos, os preços tendem a subir – ou seja, consumidores de todo o Brasil serão afetados. Entre outros itens, a Zona Franca produz TVS, aparelhos de celular, videogames e computadores.

Empresários reclamam de Haddad

A declaração do ministro Fernando Haddad sobre os problemas fiscais do Brasil herdados do governo Bolsonaro incomodou integrantes de um grupo de WhatsApp formado por empresários e executivos de diferentes setores. “O PT tem a mania de sempre responsabilizar os outros, é da natureza do partido”, disse o presidente de uma empresa de softwares. “É um truque que pode ter funcionado no passado, mas agora não dá mais”, afirmou um colega que lidera uma incorporadora imobiliária.





Confiança da indústria cai de forma generalizada

O final de ano deverá ser pouco animador para a indústria brasileira. De acordo com o tradicional índice elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a confiança do setor caiu em 21 dos 29 setores pesquisados. O que preocupa é que a queda da expectativa positiva, além de disseminada por vários segmentos, estende-se pelos próximos seis meses. Mais do que isso: o otimismo caiu em todas as regiões brasileiras, com recuo mais acentuado no Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país.

Rapidinhas

  • Em agosto, os turistas estrangeiros gastaram R$ 3,2 bilhões no Brasil – trata-se do melhor resultado dos últimos 25 anos. Os dados impressionam onde quer que se olhe. De janeiro a agosto, o país recebeu 4 milhões de visitantes do exterior, o que representa um salto impressionante de 111% em relação ao resultado de todo o ano de 2022.

  • O colombiano David Veléz (foto), fundador do Nubank, quer ampliar a presença do banco em sua terra natal. A instituição digital informou ter captado US$ 265,1 milhões junto ao Banco Mundial para expandir a operação no país. No mundo, o Nubank tem cerca de 85 milhões de clientes, número 28% superior ao observado um ano atrás.




  • O avanço irrefreável do agronegócio brasileiro traz oportunidades para diversos setores econômicos. Segundo o Sindicato Nacional da Aviação Agrícola (Sindag), existem atualmente 10 mil drones trabalhando no campo. A expectativa é alta: estima-se que o mercado poderá chegar a 120 mil aparelhos voadores nos próximos 5 anos.

  • O Assaí se tornou a rede de varejo com a maior presença nos lares brasileiros. No primeiro semestre, segundo a empresa de pesquisas Nielsen, a sua taxa de penetração foi de 24,4%, o suficiente para roubar a primeira colocação das Lojas Americanas, que caiu para o terceiro lugar. O segundo posto é ocupado pelo Atacadão.