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Clima está tenso nos corredores da Assembleia Legislativa


Em meio à tensão nos corredores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) devido às ameaças enfrentadas por algumas deputadas, surge uma nova preocupação entre parlamentares, assessores e servidores: a possibilidade de entrada de pessoas armadas na Casa.



Todos os visitantes da ALMG são obrigados a passar pelo detector de metais ao entrar no recinto. Contudo, essa exigência é dispensada para deputados, assessores e servidores. Na entrada principal, há um detector de metais, mas na entrada exclusiva para parlamentares, localizada na garagem da Casa, essa medida não existe.

Em muitas ocasiões, os parlamentares chegam pela garagem acompanhados de outras pessoas, que também ficam desobrigadas de passar pelo detector. Conforme estabelecido no Art. 90 do regimento interno da Assembleia, é expressamente proibido portar armas no recinto legislativo. De acordo com a assessoria da ALMG, a polícia legislativa é responsável por fazer cumprir essa determinação. Por exemplo, se um visitante armado adentrar o recinto, a arma deverá ser entregue aos policiais e devolvida na saída.

'Não me sinto segura'

 
Em conversa com o Estado de Minas, a deputada Bella Gonçalves (Psol) disse se sentir insegura dentro da ALMG. “É claro que não me sinto segura. Eu e outras deputadas estamos recebendo ameaças constantes.



E ainda outros parlamentares incitam o ódio contra nós. Existem até boatos de que parlamentares entram na Casa armados. O irmão da Sâmia Bonfim – deputada federal por São Paulo pelo PSOL – foi assassinado, e Marielle –vereadora do Rio de Janeiro pelo Psol – foi assassinada. Eu serei a próxima?”, questionou.

Bella Gonçalves deu essa declaração logo após o deputado Caporezzo (PL) entrar na Comissão de Direitos Humanos para confrontá-la sobre a ida da parlamentar a um boteco, com a namorada, acompanhada da escolta armada da Polícia Militar, designada para ela há cerca de 70 dias.

Também em conversa com esta coluna, a deputada Lohanna (PV) disse admirar o trabalho feito pela Polícia Legislativa e pelo presidente da Casa, Tadeu Leite (MDB) para manter a segurança dos parlamentares. “Porém, apesar dos esforços, existe um parlamentar que planta violência o tempo inteiro.”





Armas em casa

Em outras ocasiões, quando foi acusado de entrar armado na ALMG, pelo deputado Leleco Pimentel (PT), o deputado Caporezzo negou. "Além de mentiroso ele é covarde, cara de pau e muito frouxo”, disse o deputado. Segundo o parlamentar, suas armas ficam em Uberlândia, cidade onde reside.

'As regras não permitem'

O deputado Coronel Sandro (PL), armamentista, afirmou à coluna que nunca entrou armado na ALMG. “Eu nunca fui armado para a Assembleia. As regras no regimento não permitem. Nunca tive notícia de um deputado que desrespeita essa regra, principalmente em plenário e comissões”, conta. “Não existe um sistema de segurança na garagem, mas a regra está lá para se cumprir. Sou militar da reserva, tenho meu porte de arma e sou armamentista, mas não utilizo minha arma dentro da Casa. Hoje a legislação é restritiva. Regra é regra.”

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