Estamos em plena era da automação. Se por um lado ficamos fascinados com as facilidades e tecnologias modernas, por outro, não podemos deixar de refletir sobre os impactos desse modo de vida em nossa saúde em longo prazo: estamos mais sedentários, a obesidade está aumentando em todo o mundo e com ela, claro, a mortalidade por uma série de doenças, incluindo o câncer.
Estima-se que 30% dos casos da doença nos países ocidentais estejam relacionados ao sedentarismo e ao excesso de peso. Trata-se do segundo fator de risco para o desenvolvimento de câncer, ficando atrás apenas do tabagismo, de acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Leia Mais
Pacientes oncológicos e a vacinação de COVID-19Informar-se sobre o câncer também é cuidar da saúdeAlimentação saudável anticâncer no fim de anoSerá que em sua família há alguma síndrome de predisposição ao câncer?Conscientização e combate ao câncer de cabeça e pescoço Alimentação cancerígena: o que vai à sua mesa?Tinturas e alisantes versus risco de câncer de mamaÉ melhor usar suplementação apenas com indicação médicaCada vez mais pacientes dentro desse perfil são diagnosticados com tumores de rim, vesícula, pâncreas, intestinos, próstata, endométrio (a camada interna do útero) e mama, entre outros.
A obesidade está relacionada ao desenvolvimento do câncer por causas diretas e indiretas. A causa direta é que, à medida que as pessoas engordam, aumenta também o volume do abdômen. O estômago é empurrado para cima pela gordura causando uma pequena hérnia de hiato. Então, aparece o refluxo.
Em longo prazo, o ácido do estômago em contato com o esôfago leva a um quadro inflamatório crônico (o chamado epitélio de Barrett). Essa situação causa uma lesão pré-maligna e, caso isso não mude, essa lesão se transformará em câncer.
Leia também: Combate à obesidade é fundamental para evitar câncer ginecológico
Em longo prazo, o ácido do estômago em contato com o esôfago leva a um quadro inflamatório crônico (o chamado epitélio de Barrett). Essa situação causa uma lesão pré-maligna e, caso isso não mude, essa lesão se transformará em câncer.
Leia também: Combate à obesidade é fundamental para evitar câncer ginecológico
Em geral, a obesidade leva ao câncer por fatores indiretos, que vão desde um quadro inflamatório crônico nas células que acumulam gordura – chamadas adipócitos – passando por um aumento de produção de substâncias e hormônios nocivos quando em excesso, como o estrógeno, fabricado no tecido gorduroso de homens e mulheres, e o IGF-1 (Insulin-like growth factor – Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1), que aumenta de quantidade em pessoas obesas.
Engana-se, contudo, quem acha que pessoas consideradas magras não estão sujeitas a esse quadro. Muitas vezes, elas são magras pelo não ganho de massa magra ou pela perda de massa muscular. Mas, se você examiná-las com atenção, verá que há grande quantidade de gordura, que não aparece porque há pouca massa magra.
O que deve ser considerado é o Índice de Massa Corporal – IMC, calculado com a seguinte fórmula: Peso ÷ (Altura × Altura). Se o resultado for entre 25 e 29,9, a pessoa já está com sobrepeso. A partir de 30 já é obesidade. Teoricamente, a partir do sobrepeso, já existe risco aumentado de surgir um tumor. Além disso, a gente sabe que a gordura mais preocupante é aquela chamada gordura visceral, localizada na região central do abdômen.
O que deve ser considerado é o Índice de Massa Corporal – IMC, calculado com a seguinte fórmula: Peso ÷ (Altura × Altura). Se o resultado for entre 25 e 29,9, a pessoa já está com sobrepeso. A partir de 30 já é obesidade. Teoricamente, a partir do sobrepeso, já existe risco aumentado de surgir um tumor. Além disso, a gente sabe que a gordura mais preocupante é aquela chamada gordura visceral, localizada na região central do abdômen.
É importante destacar que lutar contra a obesidade não é uma questão de estética, mas de saúde. Cientificamente, está provado que o ganho de gordura, especialmente a visceral, como eu disse, torna os indivíduos mais suscetíveis a inúmeras doenças. Normalmente, esse quadro de desequilíbrio citado acima leva décadas para desencadear doenças graves como o câncer, que deve acontecer a partir dos 50, 60 e 70 anos.
Basicamente, quando você age para perder peso, você vai atuar em três frentes: a redução de gordura corporal por si só já contribui para a redução da incidência dessas doenças. Então, entra a prática de atividade física, contribuindo para um consumo calórico maior. Por fim, a reeducação alimentar – que é o terceiro fator preventivo de câncer – orientada por um nutricionista, nutrólogo ou endocrinologista.
Nenhuma estatística que citei acima descreve o desgaste do paciente e de seus familiares e amigos em lutar contra uma doença – seja qual for – quando ela já se instalou! Prevenção é sempre o melhor caminho.
De preferência, deve ser personalizada e individualizada conforme os fatores de risco – hereditários, ambientais e hormonais – a que cada pessoa está exposta.
De preferência, deve ser personalizada e individualizada conforme os fatores de risco – hereditários, ambientais e hormonais – a que cada pessoa está exposta.