Condições crônicas preexistentes (morbidades) são comuns entre a população em geral e entre aqueles diagnosticados com câncer. As evidências atuais indicam que os indivíduos com morbidades são mais propensos a ser diagnosticados como uma emergência (o que é tipicamente associado a resultados clínicos e desfechos piores) e maior probabilidade de ser diagnosticado com câncer avançado, embora os efeitos variem de acordo com a morbidade específica; e muitas vezes experimentam intervalos mais longos para o tratamento.
Essas descobertas são baseadas em um estudo retrospectivo de dados de 11.716 pacientes com câncer da Auditoria Nacional de Diagnóstico do Câncer do Reino Unido – uma iniciativa que teve como objetivo compreender melhor a jornada dos pacientes com câncer, desde os cuidados primários até o diagnóstico.
Três quartos dos participantes do estudo apresentavam pelo menos uma morbidade no prontuário da atenção básica, segundo os autores da nova pesquisa, publicada recentemente na revista médica Family Practice.
O estudo também demonstrou uma associação entre morbidades e a probabilidade de receber um encaminhamento de emergência. Aqueles com três ou mais morbidades tiveram 60% mais chance de ter um encaminhamento de emergência do que aqueles sem comorbidades.