(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas ONCOSAÚDE

Outubro Rosa: avanços no câncer de mama (parte 1)

'Os avanços tecnológicos na imagiologia estão criando novas oportunidades para melhorias tanto no rastreio como na detecção precoce'


13/10/2023 10:46 - atualizado 13/10/2023 10:52
986

Seio e lacinho da campanha
(foto: Freepik)

O câncer de mama é um dos poucos tipos de câncer para os quais está disponível um teste de rastreamento eficaz, a mamografia. A ressonância magnética e o ultrassom também são usados para detectar o câncer de mama, mas não como ferramentas de triagem de rotina para pessoas com risco médio.

Estudos em andamento buscam maneiras de melhorar as opções atuais de rastreamento do câncer de mama. Os avanços tecnológicos na imagiologia estão criando novas oportunidades para melhorias tanto no rastreio como na detecção precoce. Um avanço tecnológico é a mamografia 3-D (dimensões), também chamada de tomossíntese mamária. Este procedimento tira imagens de diferentes ângulos ao redor da mama e as transforma em uma imagem semelhante a 3D. Embora esta tecnologia esteja cada vez mais disponível na clínica, não se sabe se é melhor do que a mamografia 2-D padrão, para detectar o cancro numa fase menos avançada.

Um estudo conduzido pelo  NCI (Instituto Nacional do Câncer) americano,  o Tomosynthesis Mammographic Imaging Screening Trial (TMIST), está em andamento para comparar o número de cânceres avançados detectados em mulheres examinadas por 5 anos com mamografia 3-D com o número detectado em mulheres examinadas com mamografia 2 -D.

Apesar dos avanços, existem ainda preocupações no rastreio do câncer  da mama, que são: 

1. o potencial para diagnosticar tumores que não seriam fatais (sobrediagnóstico)

2. a possibilidade de se receberem  resultados de testes falso-positivos e a ansiedade que acompanha os testes ou procedimentos de acompanhamento
 

À medida que o tratamento do câncer se torna mais individualizado, os investigadores procuram formas de personalizar o rastreio do câncer  da mama. Por isso os estudos se concentram em  métodos de rastreio adequados ao nível de risco de cada mulher e que limitam a possibilidade de sobrediagnóstico. Por exemplo, o estudo Mulheres Informadas para Rastrear Dependendo das Medidas de Risco (WISDOM) conduzido nos EUA visa determinar se o rastreio baseado no risco - isto é, o rastreio em intervalos baseados no risco de cada mulher, conforme determinado pela sua composição genética, histórico familiar e outros fatores de risco - é tão segura, eficaz e aceite como a mamografia de rastreio anual padrão.

O estudo WISDOM também está fazendo um esforço concentrado para inscrever mulheres negras no ensaio. Estudos anteriores tenderam a incluir uma maioria de mulheres brancas e, portanto, há menos dados sobre como o rastreio pode beneficiar as mulheres negras,  ao mesmo tempo que aumenta a diversidade de todas as mulheres inscritas.

Avanços na indicação do tratamento adjuvante 


Os pilares do tratamento do câncer de mama são cirurgia, radiação, quimioterapia, terapia hormonal e terapia direcionada. Mas os cientistas continuam a estudar novos tratamentos e medicamentos, juntamente com novas combinações de tratamentos existentes.

Sabe-se agora que o câncer de mama pode ser dividido em subtipos com base em os que possuem receptores hormonais (HR) positivos, o que significa que contêm receptores de estrogênio e/ou progesterona (ER, PR); os que possuem níveis elevados da proteína HER2 (HER2 positivo) e aqueles que não expressam esses marcadores (os chamados "triplo negativos").  À medida que aprendemos mais sobre os subtipos de câncer da mama e o seu comportamento, podemos utilizar esta informação para orientar as decisões de tratamento. Por exemplo: o ensaio clínico TAILORx patrocinado pelo NCI: o estudo, que incluiu pacientes com câncer de mama com RE positivo e linfonodos negativos, descobriu que um teste que analisa a expressão de certos genes,  pode prever quais mulheres podem evitar a quimioterapia com segurança.

O ensaio RxPONDER descobriu que o mesmo teste de expressão genética também pode ser usado para determinar opções de tratamento em mulheres com câncer da mama mais avançado. O estudo identificou que, algumas mulheres na pós-menopausa,  com câncer de mama HR positivo e HER-2 negativo,  mesmo com gânglios linfáticos axilares comprometidos, podem possuir um baixo risco de recorrência. Portanto, não se beneficiando  da quimioterapia,  quando adicionada à terapia hormonal.

Análises genômicas, como as realizadas através do Atlas do Genoma do Câncer (TCGA), forneceram mais informações sobre a diversidade molecular deste tumor  e, eventualmente, podem também ajudar a identificar ainda mais,  subtipos adicionais de  câncer da mama. Esse conhecimento, por sua vez, pode levar ao desenvolvimento de terapias que visem à reverter alterações genéticas que impulsionam a estimulam o crescimento desses subtipos específicos de câncer.

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)