Jornal Estado de Minas

Saiba como identificar as causas do estresse


Antigamente, estresse era doença de velho, de pessoas que já haviam passado pelas agruras da vida. Atualmente, não escolhe idade. E quem escuta conversa de psicólogas já ficou sabendo que ela aflige pais e mães, temendo que se transforme num crise que está vivendo a sociedade atual: o suicídio de adolescentes. A coluna publica um texto de Tatiana Pimenta, CEO e fundadora da Vittude, plataforma que conecta psicólogos e pacientes:

“É bem provável que em algum momento da sua vida você já foi invadido ou já conviveu com alguém que estava com um nível muito grande de estresse, não é mesmo? Diante de uma rotina cheia de responsabilidades e inseguranças, o estresse se tornou presente em grande parte da população e passou ser conhecido como a ‘doença do século 21’. O estresse é uma reação do organismo frente a um evento e/ou situação que necessita de adaptação e/ou resolução. Tais reações podem prejudicar a saúde física e mental do indivíduo. Mas será que todo estresse é passível de cuidado? Não! Há aqueles que são considerados positivos, pois eles são responsáveis pela produção de adrenalina que estimula o nível de criatividade e produtividade.

Porém, quando esses hormônios são vivenciados de forma contínua e com uma intensidade excessiva, o organismo deixa de ficar apenas em alerta e passa a se preparar para uma reação de fuga, provocando o esgotamento de energia mental e consequentemente causando danos na produtividade e na qualidade de vida. Quais as principais causas do estresse? As causas podem variar de acordo com cada indivíduo e com cada fase da vida em que o mesmo se encontra.
Quando há mudanças ou desconfortos no ambiente escolar, no ambiente profissional e no ambiente familiar há grande probabilidade de o indivíduo sofrer com os sintomas.

Possíveis causas no ambiente de trabalho: perda do emprego, emprego novo, cobrança excessiva, competições por cargos e salários, questionamento sobre a profissão escolhida. Possíveis causas no ambiente escolar: dificuldades de aprendizado, competitividade, dificuldades de socialização, bullying, desejo de aprovação social. Possíveis causas no ambiente familiar: doenças crônicas, falta de tempo para o convívio familiar, discussões, separações, dificuldade de relacionamento, acúmulos de dívidas, luto.

É válido ressaltar que, para cada indivíduo, há uma percepção sobre o que é um problema causador dos sintomas. Mas para todos que sofrem com o estresse negativo, as consequências são sempre passíveis de prejuízos físicos e psicológicos, afetando diretamente todas as áreas da vida. Os principais sintomas físicos de estresse são dores (de cabeça; estômago ou gastrite, dor no peito); diarreia ou constipação; baixa imunidade (frequentes resfriados, infecções), náuseas, tonturas perda de libido, sudorese excessiva. Cognitivos: dificuldade de memória, de se concentrar, apenas vê o lado negativo, preocupação excessiva e constante. Emocionais: instabilidade do humor, irritabilidade, agitação, incapacidade de relaxar, sentir-se sobrecarregado, sentimento de solidão e isolamento, depressão ou infelicidade geral.

Quando ficar atento aos sintomas? Agora que entendemos que o estresse faz parte das vivências, é preciso exercitar diariamente intervenções para permitir que ele entre em nossas vidas sem causar danos tão intensos.
Sendo assim, a psicoterapia tem função de auxiliar a identificar, diferenciar e ressignificar esses sintomas, com o objetivo de dominá-los e não ser mos dominados por sintomas tão desconcertantes e prejudiciais ao bem-estar individual e social. Se os prejuízos estão provocando reações no corpo, a introdução de um acompanhamento médico também se torna extremamente importante. Atividades físicas, a atenção com a qualidade da alimentação e a prática de meditações são grandes aliadas para a reestruturação integral biopsicossocial do indivíduo.”
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