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Vitamina D via alimentos, banho de sol ou suplementação? Qual o melhor?

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Não sei precisar bem há quanto tempo começou a se falar da importância da vitamina D. Uns 10 ou 15 anos atrás? Não me lembro, mas, naquela época, essa vitamina era totalmente desprezada, ninguém ligava para a pobrezinha. Imagino eu que isso se deve à mudança de costumes da po- pulação. Antigamente, as pessoas andavam a pé, tinham uma vida mais saudável nos fins de semana, passando mais tempo ao ar livre. Hoje, a vida mudou completamente e, com isso, os níveis de vitamina D no organismo foram caindo a ponto e acender a luz de alerta. Os médicos passaram a pedir a reposição através da alimentação, ingestão de suplemento vitamínico ou por via direta, tomando sol.


São diversos os benefícios da vitamina D documentados na literatura médica para a nossa saúde. Ela auxilia no funcionamento do nosso sistema imunológico, no controle da função cardíaca, da pressão arterial e dos níveis de glicemia e gordura corporal, além de colaborar para reduzir as perdas musculares nas idades mais avançadas, previne a calvície, regula a secreção de insulina e a presença de cálcio e ferro no sangue. E, nas crianças, ela ainda colabora para a formação de ossos e dentes.

Mas existem dois poréns em relação à absorção da dose diária necessária para termos esses efeitos positivos, conforme explica o chefe de nutrologia do Instituto Dante Pazzanese e do HCor, Daniel Magnoni. “O primeiro senão é que, por meio da ingestão de alimentos, a absorção da vitamina D é de apenas entre 10% e 20% – o restante se dá por meio do Sol ou da suplementação vitamínica. O segundo está relacionado aos importantes, porém, cada vez mais perigosos banhos de sol. É que, devido ao crescimento da incidência de raios ultravioleta (UV), torna-se necessário o uso de protetores e bloqueadores, o que acaba evitando a síntese da vitamina D pela pele”.

Magnoni reforça as orientações para o uso desses mecanismos de proteção, já que o câncer de pele não melanoma é, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o mais frequente no Brasil, correspondendo a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Segundo o médico, hoje, mais do que nunca, é uma irresponsabilidade para com a nossa saúde não utilizar protetores e bloqueadores solares, até mesmo na sombra. E esses cuidados são válidos também junto às crianças. A incidência dos raios UV tem sido maior e mais perigosa entre as 11h e as 14h e cresce de norte a sul do Brasil em decorrência das mudanças climáticas.


Segundo os médicos, para receber vitamina D pelo Sol, temos que tomar de 15 minutos a uma hora de sol diariamente, entre as 10h e as 16h, mas o bom mesmo é por volta do meio-dia, porque é quando a sombra do corpo é menor que a própria altura, pois a posição do Sol também influencia na produção da vitamina D. E todo mundo sabe, porque os próprios médicos alertam incansavelmente, que esse horário é o pior para a saúde. Só um lembrete: pessoas com pele mais branca podem tomar menos tempo de sol, e as com pele mais escura precisam de mais exposição.

Para ser absorvida pelo organismo, a vitamina D precisa de algo que cada vez mais as pessoas devem evitar, a gordura, já que ela é lipossolúvel. O que pouco se diz é justamente o que Daniel Magnoni explica. “Esse cenário, que combina os baixos níveis da vitamina D nos alimentos, face à dificuldade de compensar com a absorção dela pela luz solar, aponta para uma necessidade cada vez maior de buscar suplementação”, afirma o nutró- logo. “As pessoas devem monitorar com regularidade os índices de vitamina D por meio de exame de sangue. Caso estejam abaixo do normal, há inúmeras opções de suplementos práticos e eficazes, como a versão em gomas, que não precisa de água para ser ingerida e supre a necessidade diária de vitamina D”, destaca.

Então, como ficamos? Temos que tomar sol no horário proibido, não podemos tomar sol sem protetor ou bloqueador. Se passar o protetor, o sol não entra. Ou recebemos a vitamina pelo Sol e corremos o risco de ter câncer de pele ou ficamos sem ela.  A complementação por alimento é pouco absorvida e a vitamina é cara. Ou seja, se correr o bicho pega; se ficar o bicho come. O médico aconselha que, antes de buscar pela suplementação por conta própria, as pessoas devem procurar orientação médica. “Além disso, é importante ficar atento ao rótulo e checar se é zero açúcar, sem lactose ou glúten. Dessa forma, amplia-se o acesso também àqueles que têm restrições na dieta alimentar”, recomenda.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)