Uma das minhas figuras mais distinguidas no meio feminino foi sem dúvida Marie Curie, a polonesa que batalhou até descobrir a radioatividade que até hoje é usada na terapia contra o câncer, sem, entretanto, abandonar a sua condição feminina. Ao lado da pesquisa constante, que acabou matando-a de leucemia, passou também por grandes amores na vida: o marido Pierre Curie, com quem teve duas filhas, e com um colega dele, Paul Langevin, do qual teve que abrir mão porque já era comprometido.
Numa época em que as pesquisas tecnológicas estão tão acirradas, em busca de uma vacina e de um tratamento real contra o coronavírus, descobertas importantes na área da saúde ocupam todas as cabeças em busca de um caminho, uma luz. É época também da temporada da vacina contra a gripe, que mata muita gente, principalmente idosos. E dentro desse contexto de indagações e dúvidas, entra em cena um vilão constante, que também não tem cura, o diabetes.
O diabetes é uma condição que, assim como muitas outras, requer alguns cuidados especiais. Pessoas com a do- ença têm cerca de três vezes mais chances de falecer com gripe ou pneumonia e estão no grupo do alto risco para o coronavírus. Esse risco pode ser muito reduzido por meio da vacinação periódica. Um dos paliativos contra o risco tem sido, nos últimos anos, a vacina contra a gripe.
A campanha de vacinação contra a doença em 2020 começou um mês mais cedo do que em 2019 e, ainda, por conta da pandemia que o país enfrenta, os responsáveis adotaram o método drive thru, onde o idoso não precisa nem descer do carro para aplicação do medicamento. Segundo estudo norte-americano publicado na Hum Vaccin Immunother em 2018, a vacina contra a gripe é um método muito eficaz para os diabéticos, pois reduz o risco de hospitalização e mortalidade em pacientes com mais de 65 anos.
A recomendação da OMS é que os idosos fiquem em casa e procurem não sair, pois são o grupo de mais alto risco. Os diabéticos ainda mais, porque eles apresentam alto risco de desenvolver pneumonia grave após a gripe e apresentar alguns dos sintomas do coronavírus ou de gripe forte pode ser fatal.
Segundo a clínica geral Denise Duarte Iezzi, os diabéticos que apresentam insulina maior que 180 e hemoglobina glicada maior que 7 devem se atentar às recomendações da OMS, porque mostram variáveis que interferem e podem diminuir a imunidade, aumentando a exposição ao vírus. “Em uma situação normal, os diabéticos já devem, com certeza, ser vacinados contra a gripe, mas diante do momento de pandemia que estamos vivendo, é muito mais importante a vacinação. Com a prevenção da gripe, diminui o número de testes da COVID-19, porque também existe uma redução nos sintomas da gripe que podem ser confundidos com o do coronavírus”, afirma a clínica geral.
Para ela, a vacinação é muito indicada. “Sabemos que é natural, com o passar dos anos que a imunidade humana diminua, porém, nos diabéticos é um pouco pior, por conta da elevação de açúcar no sangue e, também, porque eles estão mais vulneráveis a grandes infecções, inclusive essa vulnerabilidade pode vir das doenças que os acompanham, como o pé diabético, na qual o paciente perde a sensibilidade do pé. Por isso, é importante os cuidados diários e a realização de testes rápidos, como o Neuropad”, explica Denise Duarte Iezzi.
Lance importante que não tem sido obedecido nos espaços dedicados à vacinação é a aglomeração das pessoas. No desejo de ser atendidos rapidamente, os grupos de juntam sem guardar a distância regulamentar de pelo menos um metro, necessária nestes tempos de provação.