Homem barbado não é moda só no século 21. Mas era tendência tão forte em 345 a.C. que Alexandre, o Grande, proibiu os soldados de seus exércitos de terem barba. A desculpa é que ela poderia atrapalhar sua atuação na hora da batalha. Durante a Idade Média, a barba sinalizou a separação ocorrida na Igreja cristã com a realização do Cisma do Oriente. Muitos dos clérigos católicos eram aconselhados a fazer a barba para que não se parecessem com integrantes da Igreja Ortodoxa ou até mesmo com os costumeiramente barbudos judeus ou muçulmanos. E a barba mais famosa da história política americana é sem dúvida a de Abraham Lincoln, primeiro presidente dos Estados Unidos. O folclore conta que ele deixou a barba crescer depois que recebeu carta de uma menina dizendo que ficaria melhor com barba.
Atualmente, virou forte tendência, algumas bem bonitonas e reforçando a masculinidade de seus donos, e outras bem probrezinhas, não enfeitam ninguém. Modelo muito comum é a dos homens que cultivam barbas dignas de lenhados e que, nessa altura dos acontecimentos mundiais, estão com uma dúvida atroz: será necessário livrar-se dela para evitar a contaminação da COVID-19? Nesse período de pandemia é normal surgirem preocupações intensas relacionadas à limpeza e à higienização, não só das mãos, mas também do rosto.
Segundo o farmacêutico homeopata Jamar Tejada, um rosto liso e sem barba pode ser mais uma iniciativa para manter a higiene e evitar a proliferação do vírus “Não há nenhum estudo que comprove que a barba possa ser transmissora do coronavírus, mas manter a barba aparada pode ser um incentivo a mais para uma higienização constante. Os cuidados devem ser os mesmos para alguém que vai lavar o rosto e que não tem barba”, explica o especialista.
A maior preocupação em relação à barba é a higiene, pois as secreções podem ficar alojadas nos pelos e gerar mais facilidade de transmissão. “O vírus pode estar em qualquer superfície. Por isso, é importante a higienização dos ambientes, mãos e rosto, o que inclui a barba. Os pelos no rosto costumam aumentar a oleosidade da pele e, dependendo do tamanho dos fios, podem acumular sujidades. É importante lavar o rosto com sabonete neutro ou com xampu próprio para barba”, explica Amilton Macedo, dermatologista e tricologista. Para acabar de vez com as dúvidas relacionadas à barba e COVID-19, os especialistas esclarecem mitos e verdades sobre esse tema:
1. A barba ajuda na contaminação do vírus? Mito. A barba nem protege e nem facilita o contágio do vírus. Não há necessidade de remoção da barba; no entanto, você precisa ter uma higienização adequada. Mantenha o rosto e as mãos sempre limpos, e evite o toque na região dos olhos, boca e nariz. O cuidado deve ser maior para os profissionais de saúde que precisam usar máscara, pois a barba pode prejudicar a vedação da mesma.
2. Se a barba for mais curta, o risco de contágio é menor? Mito. Os cuidados que um barbudo precisa ter são os mesmos de uma pessoa sem barba. Você deve manter a região higienizada, independentemente do comprimento do pelo. Reforçar a limpeza constante das mãos e do rosto é o ideal para não se contaminar. Se você tem um pelo curto ou comprido, mas está sempre lavando o rosto junto às mãos após espirrar ou tossir, está seguindo as orientações corretas e não precisa se preocupar.
3. O hábito de colocar as mãos no rosto aumenta a chance de se contaminar? Verdade. Alguns homens têm o costume de tocar a barba frequentemente, por isso aumentam o risco de ser contaminado. Ao longo do dia pode ocorrer o contato das mãos e o rosto sem a lavagem das mãos ou até mesmo espirrar e não fazer a higienização imediata, o que aumenta a chance de contrair o vírus.
4. A barba favorece o aparecimento de alergias respiratórias? Mito. Se você faz a higiene correta da barba, não tem por que temer que ela se torne um depósito de ácaros, polens e poeiras.