Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Apresentadores de telejornais inovam no conteúdo e no guarda-roupa

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Confesso minha formação “jornaleira”. Tenho que segurar o jornal na mão para ler, página por página, o que acontece por aí. Nunca fui muito de notícias de TV, que chegam ao ouvinte depuradas pelo controle do horário. Só que, com essa reclusão obrigatória e a repetição ad infinitum das séries e filmes nos canais normais, tenho visto os noticiários da TV praticamente o dia inteiro. Então, vou prestando atenção não só nas notícias, que também são repetidas sempre – afinal de contas, é preciso atender todos os teleouvintes, como também, por mania, o que vestem os profissionais da notícia.





Aprendi, agora, que aquela formatação tradicional acabou. Os apresentadores fazem graça, contam piadas, mandam recados e vestem cada coisa que nunca imaginei ver na TV. Tem uma apresentadora máxima, acho que da CNN, que podia sair dali e ir para uma festa chiquérrima para justificar as roupas que usa. São vestidos de alto luxo, decotados sempre, nunca imaginei que poderiam aparecer em apresentadoras dos telejornais, sou do tempo em que o tradicional eram ternos ou blusas combinando com pantalonas ou saias.

Outra coisa que não consigo entender muito bem são os comerciais subjetivos, me falta atenção ou é por causa da deficiência da meia-idade. Em compensação, tem cada um que me dá a tentação de mudar de canal só para ficar livre dele. Como o de uma cinta, cuja mágica não consigo entender. Ela não é para dar formato à cintura e à barriga, mas para emagrecer com seus cristais não sei o quê. Só que, quando é colocada no modelo, pela TV, modela o corpo.

Outro lance é o preço: quem compra a cinta tem direito a uma outra, além de fita métrica para registrar o quanto ela diminui no corpo da usuária, os produtos para ajudar sua proposta de emagrecimento e um “belo relógio” exclusivo. Tudo entregue na porta da compradora, que paga só 80% do preço normal e em 10 vezes. Sem pagar frete. Quanto será que essa cinta mágica custa? Como é que com um desconto de 20% no preço original a compradora ganha tanta coisa? Como a apresentadora fala sempre que tem 100 cintas para oferecer, ou o produto não vende ou o presente é apenas um truque. Não entendo mesmo, queria até saber quanto é que custa essa cinta mágica.





E para quem gosta das coisas registradas em floreio, aprendi que o comentador ou apresentador que fala mais tem certamente mais fama e prestígio profissional. Assuntos que poderiam ser analisados em pouco tempo rendem repetições e mais repetições do que representam, ninguém aguenta aquela interpretação sem fim do tema principal. É claro que os jornais da TV têm que ser óbvios para que os telespectadores entendam bem o que é que está sendo comentado, falado, debatido.

A GloboNews se preocupa mais em falar mal do presidente do que propriamente avaliar o que acontece. E Fernando Gabeira, que conheço do tempo em que morava por aqui, é craque em usar seu tempo não só para comentar o fato como para mostrar o lado ameno e cômico da notícia. Gostava também de ver, cedinho, os comentários sobre as notícias das primeiras páginas de três jornais. Desisti, porque às 7h da matina não dá para escutar e escutar o que é explicado com detalhes e repetições continuadas sobre o que acontece no país.

E ainda não me acostumei com aquelas faixas de pequenas chamadas sobre acontecimentos variados que aparecem em todas as emissoras, rolando na base do que é noticiado. O que o locutor conta, ao vivo, nunca é o que está na chamada logo abaixo. Chamadas que, na maioria das vezes, são mais interessantes para mim do que o que está sendo divulgado ao vivo. Noventa por cento das vezes, notícias sobre COVID-19, tratamentos e que tais. Com isso, continuo cada vez mais me agradando dos jornais impressos.

audima