Jornal Estado de Minas

Conheça mitos e verdades sobre o café, uma as paixões do brasileiro

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A apreciação do café deve ser igual ao samba, “quem não gosta de café, bom sujeito não é”. O gosto pela bebida é quase unanimidade entre os nossos, aponta pesquisa da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), mostrando que ela é figurinha carimbada nas mesas de 98% das casas brasileiras. Quer mais? Somos o maior exportador do produto, responsáveis por um terço da produção mundial. Não é pouca coisa, não é mesmo?
 
Com tanta gente consumindo, permanece constante a discussão sobre seus benefícios (e eventuais malefícios) para a saúde e a respeito da melhor forma de prepará-lo. P ara esclarecer algumas dúvidas, vamos de mitos e verdades? Maíra Teixeira, barista e torrefadora, nos ajuda elencando curiosidades sobre esta paixão nacional:
 
“Escreve-se café espresso, e não expresso. Verdade. O correto é com s. O motivo é o respeito à origem do nome da bebida, italiana.




 
A torra do café influencia nos aromas e sabores. Verdade. Primeiro, precisamos entender que o café também pode ser apreciado, assim como o vinho e a cerveja. E pode ter diferentes tipos de aromas e sabores. Ele nos proporciona uma experiência sensorial. O torrefador é o profissional capacitado para torrá-lo e desenvolver perfis de torras diferentes para o café verde (cru). É ele quem decide o grau de torra ideal para o café escolhido.
 
O café cru, assim como a uva do vinho, traz características do local onde foi plantado (terroir), do microclima e do processamento pós-colheita.
 
Isso faz com que o torrefador tenha informações importantes na hora do estudo de torra, trazendo ainda mais precisão. A torra clara, por exemplo, traz uma complexidade sensorial interessante, com mais acidez e notas aromáticas florais e frutadas. É uma bebida mais suave, mas muito complexa no aroma. Agradável e sempre surpreendente.
 
A torra de cor média é a preferida dos brasileiros, trazendo alta doçura, um pouco mais da intensidade do caramelo e chocolate. A torra escura, um padrão da marca Starbucks, é muito comum entre os americanos. Tem mais intensidade e força, trazendo amargor específico de torra. Um fator importante é que ela precisa ser muito bem feita para se tornar agradável. Se passar do ponto, pode ganhar aquele famoso gosto de queimado.




 
Café faz mal para à saúde. Mito. Não ingerido em excesso, ele pode ser um aliado da saúde. É rico em ferro, zinco, magnésio e potássio. O grão conta com ácidos clorogênicos, que ajudam na redução da glicose e insulina, prevenindo o diabetes tipo 2.
 
Café atrapalha a absorção de ferro. Verdade. A cafeína e o tanino atrapalham a absorção do ferro pelo corpo. O ideal é que quem tenha baixa taxa de ferro no organismo não consuma café logo após as refeições, pois a probabilidade de a bebida atrapalhar a absorção do nutriente é maior. Espere duas horas. Quem não tem esse problema pode tomar tranquilamente seu cafezinho após a refeição. O arábica tem menos cafeína que o canephora (robusta e conilon). Então, o arábica atrapalha menos a absorção do ferro.
 
Café espresso tem mais cafeína que o coado. Verdade. Alguns estudos mostram que o espresso tem quase duas vezes mais cafeína do que o coado. Isso se dá porque a quantidade de pó utilizada é praticamente o dobro.




 
Não se deve ferver a água do café. Mito. Use sempre água filtrada, pois assim não vai para o café o gosto residual de cloro da água da torneira. No caso da fervura da água, principalmente em cafés com torras claras a médias, precisamos de alta temperatura para conseguir extrair os solúveis e compostos positivos do café.
 
Posso consumir quanto café eu quiser. Mentira. Consumido em excesso, ele pode causar agitação e insônia. A quantidade indicada para um adulto é de, no máximo, 400mg de cafeína por dia (três xícaras, aproximadamente).”

BÍBLIA Quem gosta de café e de Minas não deve deixar de comprar Cafés da Mantiqueira, décimo livro do fotógrafo Ricardo Martins. De café se fala pouco, apesar do bonito texto de Olivier Anquier. Mas as fotos valem uma tarde inteira apreciando o que ele conseguiu fazer, principalmente no interior do estado, com suas antigas fazendas e trabalhadores. É a mineiridade fotografada com arte.