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Pandemia aumentou jornada diária para 79% das mulheres

Pesquisa revela ainda que crise da COVID-19 provocou sentimento de exaustão frequente para 73% das brasileiras


19/03/2021 04:00


A divisão das tarefas de casa no dia a dia da família brasileira nunca foi muito equilibrada entre o homem e a mulher, tornando assim a jornada da mulher muito mais intensa e exaustiva. Com a crise da pandemia e o isolamento social, 79% das mulheres afirmam que sua jornada diária aumentou – e muito – em relação ao trabalho, ser mãe, o cuidado da casa, entre outras tarefas, mesmo tendo um companheiro, trazendo também um sentimento de exaustão frequente para 73% das brasileiras. O dado faz parte de um recorte da pesquisa publicada pela Hibou – empresa de monitoramento e pesquisa – sobre o Dia Internacional da Mulher.

"A maior quantidade de trabalho, de acordo com 69% das entrevistadas, é a principal queixa das mulheres nesse período. Isso pode um ser gatilho para a segunda maior reclamação, que está relacionada à dificuldade para dormir, já que 41% das mulheres convivem com a insônia em função de todas as suas responsabilidades. É uma rotina abusiva, que envolve jornadas duplas e até triplas de trabalho. Triste saber que 9% das mulheres ouvidas chegaram a pedir demissão ou se afastar do trabalho em função dessa realidade", relata Ligia Mello, sócia da Hibou.

A sensibilidade atrelada ao biênio 2020/2021 carrega uma tensão ainda maior em relação ao tema, já que o mundo enfrenta uma pandemia global que potencializa ocorrências de violência doméstica e abuso emocional. Com isso, 81% das entrevistadas ouviram uma história de mulheres próximas que sofreram agressão doméstica. Sobre a saúde mental, 65% tiveram ou ajudaram alguma amiga ou familiar mulher com problemas de ansiedade ou depressão.

Uma fatia de 72% das entrevistadas afirmou que sentiu mais confiança neste momento desafiador para tomar alguma atitude em casa, no trabalho ou na vida pessoal e 41% conversaram em casa e conseguiram algum tipo de ajuda para a rotina do confinamento. Ainda de acordo com os dados, apenas três a cada 10 mulheres tomaram de fato alguma atitude real sobre ocorrências cotidianas. Quando as mulheres precisam desabafar, 55% conversam com amigas, 49% rezam ou fazem atividade similar, 46% engolem o perrengue e seguem em frente, 39% sentam e choram e 31% conversam com algum parente, mas na maioria das vezes essa rede construída não dá o suporte necessário para essas mulheres na hora do problema.

Com aumento de 18% na comparação entre 2018 e 2021, oito entre 10 mulheres ainda se sentem diminuídas em algumas situações profissionais. Cinquenta e um por cento se sentem desconfortáveis em ambientes como estádios esportivos, feiras, eventos de tecnologia, corridas de carro, sexshop, borracharia ou oficina mecânica, mas em 2018 esse sentimento era maior, atingindo 68% das mulheres, um sopro de esperança.

Um total de 2.250 pessoas responderam de forma digital, entre 24 de fevereiro e 2 de março, em território nacional, garantindo 95% de significância e 2% de margem de erro nos dados revelados. A pesquisa engloba mulheres de todos os níveis de renda e faixa etária.

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