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Artesãs de comunidades quilombolas produzem peças de Maria Oiticica

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Colar e pulseira de seringueira e flor de inajá estão entre as peças criadas pela designer amazonense Maria Oiticica

Pensando no potencial das artesãs do Sul da Bahia, a Michelin e a designer amazonense Maria Oiticica, que cria biojoias a partir de elementos da natureza, se uniram no projeto Arte Solidária Michelin Ouro Verde. A iniciativa, com o objetivo de levar o aprimoramento de técnicas de criação de biojoias, empreendedorismo e comercialização às comunidades quilombolas da região, teve como resultado a cocriação de uma coleção exclusiva com matérias-primas locais.





“A inspiração surgiu a partir da visita da Maria Oiticica ao programa Michelin Ouro Verde Bahia. Foi nesse momento que soubemos que tínhamos ali um grande potencial de desenvolver uma bela parceria, que valorizasse a biodiversidade local e contribuísse para a geração de renda das comunidades”, explica Glauce Ferman, diretora de comunicação da Michelin América do Sul. Segundo ela, o desafio foi grande durante a pandemia e precisou contar com muita criatividade. “Ter a expertise da ONG Ação Ambiental, que já trabalha conosco em um programa de educação ambiental para jovens da região, foi fundamental, principalmente por trazer o olhar de quem conhece as necessidades locais”, comenta.

A coleção, que conta com quatro modelos de peças, foi desenvolvida sob a coordenação da designer Maria Oiticica, mentora das artesãs das comunidades quilombolas de Jatimane, Tabocas e Ituberá. O resultado são biojoias produzidas a partir de sementes de seringueira, flor de inajá e açaí. A mentoria aconteceu por meio de vídeos personalizados durante oito meses. Com os materiais, as artesãs aprenderam sobre técnicas de beneficiamento de sementes, furação, corte, polimento, tingimento e montagem, além de receber conhecimento em temas como empreendedorismo e comercialização.

“Foram meses de muita troca e um período muito rico para mim e para as artistas que participaram desse primeiro projeto. Com todos os desafios impostos neste momento, conseguimos nos reinventar e contribuir para a capacitação e geração de renda dessas mulheres”, conta Maria Oiticica.





A designer amazonense Maria Oiticica começou a desenvolver o seu trabalho com biojoias ao se ver instigada a presentear uma amiga, curadora de um museu nos Estados Unidos. Ao se deparar com sementes, cascas de árvores, restos da floresta, ela fez um link com seu passado, na Manaus dos anos 1950, e com o seu futuro. Nascia, quase que por acaso, a Maria Oiticica Biojoias. Maria abriu seu primeiro ateliê em 2003, em Ipanema, no Rio de Janeiro, cidade que adotou, e virou notícia por seu trabalho, que mistura estilo, brasilidade e sustentabilidade. Hoje, faz parte de uma cadeia sustentável que abriga mulheres em situação de vulnerabilidade, núcleos familiares e indígenas.

Um dos maiores programas de desenvolvimento sustentável da Michelin (líder do segmento de pneus) no mundo, o Michelin Ouro Verde Bahia aposta no equilíbrio entre o respeito ao meio ambiente, o desenvolvimento social e o crescimento econômico. Criado nos anos 2000, tem viabilizado a produção e comercialização da borracha natural de maneira responsável e duradoura, traduzindo a razão de ser da Michelin: oferecer às pessoas a melhor maneira de ir mais longe.

Além de contribuir para o cultivo de seringueira e o aumento da produção de cacau e banana por agricultores familiares da região, o programa atua na proteção e restauração da mata atlântica, com o plantio de mais de 100 mil árvores e apoio à pesquisa científica com a criação do Centro de Estudos da Biodiversidade. Entre as suas realizações, estão também a criação do Parque da Cachoeira da Pancada Grande e da Reserva Ecológica Michelin (REM), com mais de 3 mil hectares.

Em 2017, após visitar a reserva ecológica e ver desencadeadas lembranças de sua infância no Amazonas em função do contato com as árvores seringueiras, Maria Oiticica criou a coleção Origens, inspirada em sua visita ao programa.





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