A obesidade infantil é um dos problemas de saúde pública que vêm atormentando as autoridades sanitárias em âmbito global. Estudo elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, mostrou que havia em todo o planeta um total de 124 milhões de crianças e adolescentes obesos. Só entre as crianças acima do peso, a projeção da OMS é de que elas cheguem a 75 milhões em 2025. Os números causam espanto se considerarmos que houve aumento de mais de 1.100% da década de 1970 para cá, considerando os 11 milhões de pequenos e jovens obesos que existiam há quatro décadas.
Entre os adolescentes, aponta o IBGE, 18% têm sobrepeso, 9,53% são obesos e 3,98% entram no quadro de obesidade grave. O pior é que esses números aumentaram na pandemia pela restrição às atividades físicas com o fechamento de clubes, praças e escolas, e tempo ocioso dentro de casa. O ócio aumenta a vontade de comer. No Brasil, levantamento feito em 2019 pelo IBGE também mostrou que 16,33% das crianças brasileiras entre 5 e 10 anos de idade têm índice de massa corporal (IMC) acima de 30kg/m², a partir do qual a OMS categoriza como obesidade. Outras 5,22% apresentam obesidade mórbida, quando o IMC supera os 40kg/m².
Entre os adolescentes, aponta o IBGE, 18% têm sobrepeso, 9,53% são obesos e 3,98% entram no quadro de obesidade grave. O pior é que esses números aumentaram na pandemia pela restrição às atividades físicas com o fechamento de clubes, praças e escolas, e tempo ocioso dentro de casa. O ócio aumenta a vontade de comer.
Segundo Rodrigo Felipe, presidente do Grupo First, a alimentação infantil é uma aprendizagem como qualquer outra pela qual uma criança deve passar. “A reeducação alimentar está em alta. Há várias crianças e adolescentes lutando contra o peso e recorrendo a nutricionistas e nutrólogos. Mas o melhor remédio é a prevenção. Quanto mais cedo os pais se preocuparem em proporcionar hábitos alimentares saudáveis aos filhos, menores vão ser os riscos de desenvolver uma obesidade nas primeiras etapas de vida.”
A endocrinologista pediátrica Ruth Rocha Franco, do Instituto da Criança da Universidade de São Paulo (USP) e consultora médica da Novo Nordisk, alerta que "a obesidade é uma doença crônica multifatorial, com implicações genéticas (quando os pais têm obesidade) e ambientais, caso a criança esteja inserida em uma família com hábitos alimentares não saudáveis e está sedentária. Tudo isso pode gerar a obesidade infantil".
De acordo com a médica, se a obesidade não for tratada de forma adequada, pode evoluir e causar problemas graves mesmo na infância, como diabetes tipo 2, colesterol e hipertensão, entre outras enfermidades. No passado, todos achavam que “criança gordinha” era criança saudável. Lembro-me bem de que não tinha uma pessoa que visse uma criança magra e não falasse, “tá magrinha, né, precisa comer mais para ficar forte, saudável”, mas isso mudou. Uma criança pode estar acima do peso e ainda assim estar com falta de ferro e vitaminas.
O ideal e mais que necessário para quem está com sobrepeso ou obesidade é a reeducação alimentar, aprender a comer alimentos mais saudáveis, mais verduras e frutas, e diminuir alimentos com mais açúcar. "Uma dieta balanceada é a ideal para uma criança que está em fase de desenvolvimento", diz a médica. Além da saúde física, a obesidade também pode ter efeitos psíquicos nessa fase da vida. "A criança com obesidade pode desenvolver uma autoestima baixa, pois muitas vezes são excluídas dos jogos e brincadeiras, sofrem bullying, o que pode levar à ansiedade e à depressão."
Ao buscar o tratamento adequado, é preciso que o núcleo familiar colabore com o paciente. Segundo a médica, quando a família (incluindo os avós) se envolve, a criança se sente motivada e começa a perder peso. "Dessa forma, toda a família pode começar a reduzir o peso. Os pais começam a perder peso e a brincar mais tempo com os filhos. É saúde para toda a família", completa a especialista. Nesta sexta (11/06), falaremos mais sobre isso, devido à gravidade do assunto.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)