Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Distúrbios de humor e depressão estão associados à obesidade infantil

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis

Na quinta-feira (10/6), falei dos números estarrecedores de obesidade em crianças e adolescentes, de como eles cresceram na pandemia e da importância da reeducação alimentar. É um desafio conseguir mudar hábitos, tanto alimentares quanto de atividade física, em um período em que estamos mais reclusos, ansiosos e estressados.





Estudos mostram que crianças com sobrepeso ou obesas têm quatro vezes mais probabilidade de ter problemas de aprendizado em relação aos seus pares com peso normal. A obesidade tem sido descrita como sendo uma das condições mais estigmatizantes e menos socialmente aceitas da infância. Isso contribui para dificuldades permanentes no controle do peso, baixa autoestima, baixa autoconfiança e imagem corporal negativa de muitas crianças.

Outro estudo, de revisão de literatura que incluiu 282 artigos escritos entre 2000 e 2020, apresentado na reunião anual da American Psychiatric Association (APA), realizada virtualmente em maio deste ano, concluiu que a obesidade em crianças e adolescentes está associada a distúrbios do humor e depressão.

Jovens do sexo feminino mostraram associações mais fortes entre depressão e obesidade. Para a nutricionista Adriana Stavro, os resultados dos estudos demonstram a necessidade de identificar estratégias simultâneas para mitigar o ganho de peso, como encorajar dietas saudáveis e explorar maneiras de aumentar a atividade física, à medida que o governo local flexibilize as restrições em resposta à pandemia.





Prevenção é a chave do sucesso no controle da obesidade, pois muitas crianças obesas acabarão se tornando adultos obesos. A nutricionista dá dicas de alimentação e hábitos saudáveis nas diversas fases da criança:

1. Perinatal: inclui nutrição pré-natal adequada com ótimo ganho de peso materno, bom controle de açúcar no sangue, perda de peso pós-parto com exercícios e aconselhamento nutricional.

2. Amamentar bebês:
desde o nascimento até os 6 meses, dar apenas leite materno. Não dê nenhuma outra comida ou bebida, e os alimente "sob livre demanda," ou seja, quantas vezes quiserem, dia e noite.

3. Aos 6 meses de idade: introduza uma variedade de alimentos seguros e nutritivos para complementar a amamentação e continue a amamentar até que os bebês tenham 2 anos ou mais. Não adicione sal ou açúcar aos alimentos para bebês e crianças até 2 anos. Ofereça alimentos variados, incluindo cereais, trigo, cevada, centeio, milho, arroz, batata, inhame, mandioca. lentilhas, feijões, verduras, legumes, frutas, frango, peixe e ovos,  entre outros.





4. Prevenção da obesidade dos 2 anos à adolescência: seguir fornecendo uma dieta balanceada com vegetais, legumes e frutas; grãos, como lentilhas e feijões; incentive a beber água; não ofereça bebidas açucaradas (sucos de frutas, refrigerantes, leites aromatizados). Use óleos vegetais insaturados (de oliva, soja, girassol ou milho) em vez de manteiga, ghee, banha, coco e óleo de palma. Escolha carne branca como frango (sem pele) e peixe, que geralmente têm menos gordura, em vez da carne vermelha. Evite alimentos processados, assados e fritos que contenham gordura trans produzida industrialmente. Limite a quantidade de sal e condimentos com alto teor de sódio, e use ervas frescas.

Adriana diz ser muito importante monitorar a quantidade de uso da mídia e depois estabelecer metas para reduzi-la. Segundo a Academia Americana de Pediatria, criança até 2 anos não deve assistir à televisão nem ter contato com nenhuma mídia. Não deve ter aparelho de TV no quarto da criança e ela não deve fazer refeições na frente de qualquer tela.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)

audima