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Em tempos de COVID, você sabe o que é parosmia? Veja como se tratar

Disfunção é diagnosticada pela perda de olfato, um dos sintomas causados pela contaminação do coronavírus. Problema não tem cura definitiva


22/06/2021 04:00


A COVID-19 tem deixado algumas sequelas. Não me refiro às mais graves, como problemas neurológicos que paralisam alguns membros que, após alguns meses de fisioterapia, voltam à atividade normal, tampouco os problemas renais, que levam pacientes a serem dependentes da hemodiálise. Estou falando da perda de memória, de olfato e de paladar.

Existem vários relatos de pessoas que tiveram coronavírus e depois ficam com certa deficiência de memória, esquecendo certas palavras corriqueiras. A perda do paladar e do olfato são sintomas da COVID que não ocorrem com todo mundo, mas, depois de curada a doença, a perda continua por vários meses.

Ano passado, minha filha teve COVID leve e um dos sintomas foi a perda do paladar. Ela e uma amiga ganharam uma torta de presente. As duas estavam de COVID e ficaram um bom tempo debatendo sobre o sabor da tal guloseima. Uma dizia que era de coco e abacaxi; a outra, que era de chocolate. Desistiram de tentar adivinhar, ligaram para a dona do presente e ficaram sabendo que era de ameixa. Outra amiga, que está se recuperando da doença, disse que a perda do apetite se dá muito pela perda olfativa e de paladar, porque nada tem gosto e tudo cheira mal. Deve ser horrível.

Não é que deram nome para a perda de olfato? É uma doença com um nominho bem feio e esquisito. Essa disfunção tem nome: parosmia. Segundo relatam, a comida fica com cheiro de lixo, o café com odor bem diferente do normal, e produtos de limpeza com cheiro ruim. Esses sintomas surgem com a doença, mas não acabam quando a pessoa fica curada. Depois da recuperação da doença fica esse "resquício" indesejado.

A parosmia ocorre pela chegada do vírus às células e se dá pela ligação da proteína S (de spike, espícula) a receptores da enzima conversora da angiotensina 2 (ACE2), que ficam na sua superfície. Os neurônios olfativos não têm esses receptores, o que não é o caso das células de sustentação, que têm muitos. Segundo especialistas, essas células mantêm um delicado equilíbrio iônico no muco de que os neurônios dependem para realizar o envio ao nosso cérebro. Se houver um rompimento no equilíbrio, a sinalização neuronal pode ser interrompida e, em consequência, o olfato.

Klauber Menezes Penaforte, coordenador do curso de enfermagem da Faculdade Pitágoras, explica que o diagnóstico da parosmia é clínico e por identificação de sintomas. O indicado é consultar com um otorrino. Exceto nos casos já confirmados de COVID-19, qualquer pessoa que perceba alguma alteração no olfato deve fazer um exame de PCR-RT para verificar se está com o coronavírus. Essa é uma preconização do Ministério da Saúde.

Segundo o profissional, vale lembrar que a parosmia é uma disfunção que pode ser temporária, porém o tempo da recuperação total do olfato pode variar de pessoa para pessoa, já que o problema não tem cura definitiva. Em alguns casos, o tratamento faz com que o paciente recupere quase totalmente o olfato.

O professor explica que os tratamentos podem ser realizados por meio de sessões de treinamento olfatório, com a recuperação dos sentidos básicos, quando o paciente é colocado frente a diversos odores, como rosas, pó de café e eucalipto. Os aromas são acomodados em recipientes fechados e o profissional de saúde coloca o cheiro em contato com o paciente a cada 20 segundos para avaliar a percepção da pessoa em relação àquele odor. Normalmente, esse teste é realizado mais de uma vez ao dia. Em alguns casos, é possível que o médico receite alguns medicamentos, como antibióticos, corticoides e vitaminas que possam ajudar na reabilitação do organismo.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)

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