Certamente, você já teve alguma reação alérgica ou conhece alguém que sofra de doenças respiratórias, como rinite e asma, por exemplo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema atinge 25% da população mundial. Além disso, as alergias afetam 30% dos brasileiros, um número ainda maior, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). E nesses tempos em que os apavorados avaliam qualquer sintoma respiratório como início da COVID-19, qualquer rinite alérgica pode ser tomada como o caminho do fim.
Profissionais da área avaliam que a asma atinge 20% de crianças e adolescentes. É claro que as alergias respiratórias prejudicam o dia a dia de todos. Só que o problema pode ser controlado com tratamento adequado, orientação e alguns cuidados.
Assim como em grande parte das patologias, as crianças têm uma predisposição maior a desenvolver algum tipo de alergia. Segundo o American College of Allergy, Asthma and Immunology, 70% das alergias aparecem antes dos 20 anos. Mas enganam-se os que acreditam que as pessoas não podem se tornar alérgicas depois de adultas. As alergias a cosméticos ou produtos sintéticos – conhecidas como dermatites de contato – ou ainda a alergia a medicamentos costumam aparecer já na vida adulta.
Geralmente, as alergias respiratórias tendem a aparecer em pacientes que têm maior sensibilidade imunológica a algumas substâncias ou naqueles que têm predisposição genética. O diagnóstico deste tipo de alergia é feito por meio da determinação específica de IgE, um anticorpo presente no sangue capaz de auxiliar na identificação de diversas doenças.
A rinite alérgica é considerada o tipo mais comum de doença respiratória. Atópica, ela se caracteriza pela inflamação da mucosa nasal. Pode surgir tanto na infância, a partir dos 4 anos, como na vida adulta, o que explica sua alta prevalência. Entre os sintomas mais comuns da rinite estão coriza, espirros, congestão nasal e coceiras no nariz, garganta e nos ouvidos. As crises de rinite alérgica podem surgir também por meio de agentes alergênicos, como ácaros e fungos, poeira, pêlos de animais, perfumes muito fortes, pólen e tempo seco, entre outros. Em dias secos como os que estão fazendo, a mucosa nasal tende a ficar mais irritada, já que há um aumento de micropartículas de poeira e substâncias tóxicas que ficam suspensas no ar, circulando pelo ambiente.
A rinite alérgica pode ser evitada ou controlada com cuidados simples no dia a dia. A maioria das formas de prevenção diz respeito a evitar acúmulos de poeira. Para os que já sofrem com a patologia ou para os que desejam evitá-la, o caminho é evitar quaisquer tipos de produtos e objetos que possam acumular pó dentro do lar. Cortinas, carpetes, bichinhos de pelúcia e usar o mesmo travesseiro por muito tempo são alguns exemplos.
Para a limpeza de casa, o indicado é evitar o uso de aspiradores, vassouras e espanadores, já que esses objetos tendem a espalhar ainda mais a poeira. O recomendado é substituí-los pelo pano úmido, que deve ser passado nos ambientes e móveis ao menos duas vezes por semana. As roupas de cama e cobertores também devem ser trocados e lavados regularmente, de preferência com sabões neutros ou produtos que não tenham um aroma muito forte. Os umidificadores de ar podem ajudar a manter o ambiente mais confortável, mas é necessário ter cautela ao utilizá-los. Quando o aparelho fica ligado por muito tempo,pode haver um efeito contrário, já que excesso de umidade pode facilitar a proliferação de fungos e bactérias.
Todas as recomendações de higiene citadas podem ser consideradas formas de tratamento para as doenças respiratórias, principalmente a rinite alérgica. Já quando o assunto é medicamento, o melhor tratamento é definido após avaliação médica. É comum tratar rinites com anti-histamínicos, corticoide e descongestionante sistêmico e, em alguns casos, corticoides. Mas a automedicação é contraindicada em qualquer sintoma ou doença.