O povo judeu é um dos assuntos preferidos de minha vida. E sofridos também. Já contei aqui que livros sobre campos de concentração são um tormento que gosto de conhecer e o tanto que chorei quando fui passar uma temporada em Israel. Visitei o Museu do Holocausto num choro só – quando cheguei lá em cima, as lágrimas não pararam.
“Você sabia que a mulher judia é a líder da família? Que ela pode trabalhar, apesar de não ser a sua obrigação, e ajudar também na administração das finanças da casa? Por falta de conhecimento, a visão sobre a mulher judia é relacionada à submissão. Mas vou te mostrar o real valor da mulher nessa cultura milenar. Há mais de 3 mil anos, quando a maior parte dos povos colocava a mulher em caixas para trocar por uma mercadoria, para o povo de Israel o ventre da mãe definia se o filho era judeu ou não. Ou seja: até hoje, a origem judaica vem da mãe.
O judaísmo sempre foi marcado pelo matriarcado. Na época bíblica, havia profetisas e juízas. Elas estavam presentes no Monte Sinai quando Deus firmou o seu pacto com o povo de Israel. Participavam ativamente das celebrações religiosas, sociais e até dos atos políticos. Mas, com o passar do tempo e por força das más influências estrangeiras, especialmente grega, elas foram excluídas de toda atividade pública e passaram a ficar relegadas ao lar.
Mesmo com as revoluções sociais ao longo do século 20 que levaram a mulher de volta ao patamar que sempre lhe coube e com o matriarcado intrínseco à cultura judaica, explica-se por que as judias geralmente não abominam cuidar da casa, cozinhar e educar seus filhos. Pelo contrário, essas funções são os seus principais valores.
No judaísmo, a mulher é tão diferente do homem quanto o homem o é da mulher. Aceitar as nossas diferenças é reconhecer nossos valores, princípios e funções sem brigar por uma suposta igualdade entre os gêneros, e é exatamente isso que as mulheres judias definem como feminismo: o reconhecimento de toda sua feminilidade em seu devido lugar.
Inclusive, na religião judaica, os valores de vida são as nossas ambições – e não o dinheiro, como é sustentado na sociedade secular. Hoje, de forma genérica, a mulher continua sendo tratada como mercadoria e seu valor está ligado à liberdade de fazer o que quiser, inclusive sexualmente, e usar o que quiser, como roupas curtas e vulgares, além de um comportamento que estimula a promiscuidade, destrói famílias e oprime as próprias mulheres.
Isso tira o foco do valor real da mulher e de sua importância para o lar, uma vez que dificilmente uma mulher consegue criar uma família com esse tipo de comportamento, sem valores básicos para uma sociedade saudável. A mulher judia pode trabalhar, ajudar e cuidar das finanças da casa, ela lidera toda a família para que o homem possa, além da obrigação de trabalhar e sustentar a família, estudar a Torah e rezar. É uma cooperação e há verdadeiro equilíbrio e respeito nessa troca. A família judaica, quando bem constituída, funciona como um time invencível, com valores e princípios que ultrapassam gerações.
Na lei judaica, a Halacha, a mulher deve se manter discreta em público, existem leis de comportamento no vestir, no falar e no agir, o que é conhecido como as leis de tzniut, traduzido como recato ou modéstia. As leis do recato também se aplicam aos homens com as devidas adaptações quanto à vestimenta. Isso é feito para mostrar que ambos não são objeto sexual ou produto, como podemos observar em ambientes seculares, tirando assim o foco do corpo e trabalhando o desenvolvimento mental. No caso das mulheres, também há estímulo ao desenvolvimento delas como esposas, mães e empresárias, se assim decidirem.
As mulheres são as grandes administradoras do lar e cuidam da educação dos filhos, e para isso ficam liberadas da obrigação do cumprimento de determinados preceitos judaicos que têm um momento específico para serem cumpridos pelos homens. Em uma tradição em que a obrigação de cumprir os preceitos divinos é considerada grande honra e prova da escolha e do amor de Deus pelo seu povo, a isenção da mulher de certas obrigações se cobre de significados. A mulher é mais elevada em todos os sentidos, seu contato com Deus é íntimo e natural.
A mulher judia também participa nos campos rituais e religiosos. Muitas vezes mais profundos e simbólicos que o próprio homem. A mulher judia é respeitada e reconhecida de acordo com os princípios judaicos, princípios estes valorizados e desejados por pessoas de todos os povos.”