Ultimamente, a harmonização facial tem dividido opiniões, principalmente por conta de certos exageros e de resultados altamente padronizados: para as mulheres, sobrancelhas levantadas, maçãs do rosto marcadas, lábios grossos e queixo pontiagudo; para os homens, mandíbula marcada e queixo quadrado. Todos com o nariz retificado e empinado.
“Mas, além dos resultados padronizados, os procedimentos de harmonização com injetáveis contam com algumas desvantagens. Em primeiro lugar, o resultado não é definitivo e requer aplicações constantes; o procedimento, a depender do profissional que injeta, pode gerar distorções na face (como temos visto); além disso, apresenta riscos grandes, como necroses de pele e até cegueira. Mas é possível melhorar a harmonia e o perfil facial sem agulhas, com resultado natural e de maneira definitiva com a associação de técnicas”, explica o cirurgião plástico Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Segundo o especialista, a rinoplastia é um procedimento extremamente complexo que altera a estética nasal. Podendo durar de duas a quatro horas e sendo feita sob efeito de anestesia geral, a rinoplastia pode ser realizada de duas maneiras: aberta ou fechada, sendo que ambas as técnicas envolvem incisões na região interna do nariz.
“Na rinoplastia aberta é realizada também uma incisão externa na região da columela, tecido que divide as narinas. Dessa forma, o cirurgião consegue erguer a pele do nariz para que as estruturas internas se tornem mais visíveis e manipuláveis. Essa técnica é usada principalmente quando são necessárias grandes mudanças na ponta do nariz, já que facilita a visualização das estruturas que precisam ser corrigidas. A rinoplastia aberta resulta em uma cicatriz externa em função da incisão na columela, mas que se torna imperceptível após alguns meses”, afirma o especialista.
“Já na rinoplastia fechada todos os cortes são feitos dentro do nariz e é através dessas incisões internas que o cirurgião esculpe e modela os tecidos. A vantagem desta abordagem é que o procedimento é mais rápido e não resulta em cicatrizes aparentes. Porém, há menor visibilidade das estruturas do nariz.” A decisão de qual técnica vai ser utilizada depende da complexidade da cirurgia e da preferência do cirurgião.
No caso da mentoplastia, geralmente ela é citada como uma alternativa definitiva para harmonização facial, principalmente no caso da mentoplastia de aumento, que aumenta o tamanho do queixo, deixando-o mais projetado para frente com o intuito de deixar a face mais harmônica. A cirurgia promove esse resultado por meio do uso de implante ou reposicionamento do osso. A necessidade da cirurgia é avaliada através do exame físico e fotos do paciente de frente e perfil”, diz o médico.
“A cirurgia de avanço ósseo é feita sob anestesia geral e com duração em torno de uma hora” comenta o cirurgião. O local da incisão também pode variar: ou é aplicado dentro da boca, chamado de intraoral, no sulco gengivolabial inferior, ou abaixo do queixo, chamado de submentoniana. Após isso, é realizado o deslocamento do osso da mandíbula, com o corte do osso do queixo para reposicioná-lo com a ajuda de pequena placa de titânio, proporcionando um resultado mais natural e usando a própria estrutura óssea do paciente.”
“Por fim, com a posição do mento fixada corretamente, é feito o fechamento da incisão operatória. É indicado o uso de uma faixa específica para reduzir o inchaço da região nos primeiros dias”, afirma o médico.
Ao combinar os dois procedimentos, a perfiloplastia consegue corrigir a desproporção entre o queixo e o nariz em apenas uma única cirurgia, ajudando assim a melhorar significativamente a harmonia facial e, consequentemente, a autoestima e a confiança do paciente, visto que o nariz e o queixo são áreas fundamentais para a estética do rosto.
“Nesse procedimento, geralmente, realiza-se primeiro lugar a mentoplastia e, em seguida, a rinoplastia. O processo é feito sob anestesia geral e dura, em média, cinco horas. Com relação aos resultados, que são definitivos, estes aparecem após a diminuição do inchaço que surge depois da cirurgia, o que leva cerca de três a seis meses, segundo o médico.
O pós-operatório é o mesmo de grande parte das cirurgias, sendo necessário que, durante duas semanas, o paciente permaneça em repouso e não pratique exercícios físicos.”