Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Cervejaria mineira ganha quatro medalhas internacionais

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis


No último domingo, atendi a um desejo que estava premente: tomar uma cerveja bem gelada. Sempre fui uma cervejeira completa, não renegava uma só. Como me casei com outro cultuador da “loura bem gelada”, provei da bebida nos quatro cantos do mundo por onde andei. No Marrocos, tirada do armário, ninguém entendia que a cerveja devia ser gelada; na Bélgica, naqueles copos redondos, grandes, que acabei adotando em minha casa, para quem os aceitava ou preferia o copo Lagoinha. E por aí vai. Só que depois que meu par de botecos internacionais se foi, poucas vezes nesses últimos sete anos de tristeza tenho bebido cerveja, como gostava tanto de fazer.



Curta-metragem mostra relação da cerveja artesanal com BH

Paguei um preço pelo prazer: na manhã seguinte, ao fazer meu teste diário de diabetes, a contagem passou dos 170, o que não é pouco, o máximo é 100. Mas sigo o que acontece por aqui e fiquei sabendo que, no último dia 19, o World Beer Awards, um dos mais importantes concursos cervejeiros do mundo, divulgou a lista de classificados e a Cervejaria Albanos, mineiríssima e de meu amigo, desde que era meninote, Rodrigo Ferraz, faturou quatro medalhas com as cervejas Albanos Life Lager, medalha de prata na categoria Lager Light; Albanos Accidentally Sour – Brown foi a vencedora do Brasil na categoria Sour & Wild Beer Oud Bruin, e também medalha de prata na categoria Sour & Wild Beer Flanders Red Ale; e Albanos Accidentally Sour – Pumpkin, medalha de bronze na categoria Flavoured Wild/Sour.

A premiação acontece anualmente em Londres e reúne rótulos do mundo inteiro disputando suas colocações em diversas categorias. As bebidas são escolhidas por criteriosos juízes, especialistas no mercado, baseadas em características sensoriais de cada uma. Alcançar quatro medalhas no evento mais importante do setor é uma chancela de qualidade que a Cervejaria Albanos preza em todos os seus processos.

“Um ponto muito importante nas premiações deste ano é que atestamos a qualidade em dois perfis de trabalho completamente distintos: a nossa aposta do momento e sucesso de público, a Life Lager, que é zero carboidrato, zero açúcar e low cal, mostra um trabalho voltado para a qualidade de uma cerveja da nossa linha fixa, mais comercial, mais leve, para o dia a dia, mas com inovação e bastante aroma e sabor. Já as Sour Beers apontam um caminho que estamos trilhando desde a criação do Hub Cervejeiro – nosso espaço de experiências – em 2018: cervejas experimentais de alta qualidade, produzidas em pequenos ou microlotes, alinhadas às tendências que começam a se consolidar no Brasil”, comenta Rodrigo Greco, gerente de Marketing da cervejaria.





Greco conta tudo o que a cervejaria mineia vem fazendo: “A Life Lager, medalha de bronze na categoria Lager/Light, foi uma cerveja criada para ser extremamente leve. Mas isso não faz dela uma cerveja sem aroma e sabor. Foi usada uma tecnologia no processo de produção na qual conseguimos fazer cerveja zero açúcar, zero carboidrato e de baixa caloria (34kcal/100ml). Em sua fase final de maturação, foi realizado dry hopping, ou seja, a adição de lúpulos na maturação para potencializar o sabor e aroma da cerveja, que trazem para a cerveja aromas florais. Seu corpo seco e o baixo teor alcoólico a tornam extremamente fácil de beber”.

Já a série Accidentaly Sour é um projeto que nasceu junto com no Hub Cervejeiro com a vontade de utilizar barricas de madeira no processo. “Nesse caso, utilizamos a base de dois rótulos nossos – a nossa Brown Ale, cerveja de linha, e a Sazonal Pumpkin Ale – que passaram por barricas de carvalho por 90 dias, o que adiciona um toque de complexidade a mais na cerveja: a leve acidez permite destacar aromas e sabores das culturas ‘selvagens’ da madeira utilizada”, comenta o mestre cervejeiro Pablo Carvalho.

A Accidentaly Sour Brown – eleita a melhor do país, e que agora segue para a mesa final em Londres na categoria Oud Bruin e também prata na categoria Flanders Red Ale – traz uma complexa, porém agradável, combinação de aromas de frutas escuras, como ameixa, passas, e perfil bastante maltado. Sua leve acidez, vinda da barrica de madeira, completa o conjunto, deixando-a extremamente equilibrada. 





Já a Accidentaly Sour Pumpkin – vencedora de bronze na categoria Flavoured/Wild Sour – tem acidez marcante, colocando a abóbora utilizada em evidência e destacando levemente também as especiarias utilizadas na receita. Percebe-se uma forte caraterística de malte e os típicos aromas das culturas selvagens.

“A título de curiosidade, esse rótulo foi premiado nas duas categorias nas quais o perfil sensorial se encaixa, sendo que o estilo Oud Bruin é mais maltado e menos acético do que o estilo Red Flanders, que, por sua vez, apresenta mais destaque para frutas ácidas”, complementa Pablo Carvalho.


audima