A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica que atinge cerca de 40 mil brasileiros e 2,3 milhões de pessoas no mundo, segundo dados do Ministério da Saúde. Com tratamentos considerados de alto custo, o governo federal destaca que, apenas em 2018, foram investidos mais de R$ 279 milhões na aquisição de medicamentos para cerca de 15 mil pacientes com EM. O neurologista Maurício Lobato, que atua no AME Itu, gerenciado Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam), informa que a doença atinge o sistema imunológico do paciente, afetando o sistema nervoso central e provocando uma lesão inflamatória na bainha de mielina – capa de tecido adiposo que protege as células nervosas, os neurônios – que compõe o cérebro, a medula espinhal e os nervos ópticos.
-Mitos e verdades sobre a esclerose múltipla
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A ressonância magnética e o exame de líquor, líquido da espinha produzido pelo cérebro, são os testes mais importantes para a avaliação complementar do paciente com suspeita clínica de esclerose múltipla. Segundo o neurologista, assim como os sintomas, as causas e fatores de risco associados à EM ainda não são plenamente compreendidos pelos estudiosos neurocientíficos, de modo que não há efetivamente um conjunto de medidas que possa ajudar a prevenir a patologia. "Acredita-se que no futuro possa ocorrer o desenvolvimento de uma vacina que interfira nos mecanismos imunológicos da população, atuando de maneira preventiva e reduzindo sua prevalência", observa.
A esclerose múltipla conta com um tratamento variável, de acordo com a sua forma clínica – remitente-recorrente ou formas progressivas – e com o perfil do paciente. A evolução dos sintomas também pode interferir no tratamento da doença. Para tratá-la, são utilizadas medicações que atuam modulando a atividade imunológica do organismo, reduzindo, assim, a atividade autoimune agressiva ao sistema nervoso. Os medicamentos são denominados imunomoduladores e contam com diversas opções farmacológicas, que podem ser utilizadas pelo neurologista para tratar o paciente.
"Até o momento, a medicina não oferece cura para a esclerose múltipla. No entanto, pesquisas neurocientíficas têm sido desenvolvidas no sentido de aprimorar os tratamentos atuais, atuando de maneira mais efetiva para estabilizar a progressão da patologia", afirma o neurologista.