Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Prático, vestido florido é peça coringa na coleção de primavera/verão

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“Espelho, espelho meu, existe nesta vida alguém mais bonita do que eu?” A frase tão popular – e tão esquecida nos últimos tempos – bota o espelho no maior pepino. O que vemos circulando pelas ruas da cidade é exemplo disso. A maioria das mulheres parece que não estão nem um pouco interessadas no que o espelho mostra. Depois, então, que o short virou vestimenta comum e aceita, o bom gosto da maioria foi mesmo pro brejo. O que vemos de pernão, de bundão, de tudo que devia ficar escondido ou disfarçado, mas circula pelas ruas das cidades – não só aqui, mas do mundo – não dá para encarar.





A maioria deve se olhar no espelho – será que gosta do que vê?. Não é possível. E qualquer paninho, por mais barato que seja, pode ser transformado em um vestido fresco, que esconde essas figuras apocalípticas – mulheres que são as figuras principais dos incríveis quadros do pintor colombiano Fernando Botero que conheci em Paris, quando fazia uma mostra de suas esculturas na Avenida Champs Elysees.

Falando em vestidos, eles voltaram a ocupar lugar de prestígio na moda internacional com a chegada da primavera. Com características marcantes, essa é a época com dias lindos de sol, temperatura agradável e inspirações apaixonantes que nos fazem ter ainda mais vontade de sair e aproveitar ao máximo cada dia. Mas uma dúvida sempre paira no ar: qual roupa usar?. “Roupas leves e confortáveis são as principais características para esta temporada. Apesar de ser uma estação de transição, este ano a primavera terá cara de verão, com temperaturas acima da média, como estamos acompanhando nos noticiários”, avalia Carolina Souza, produtora de moda da agência de modelos Max Fama.

“Abuse de vestidos, eles serão as peças coringas. Use com estampas floridas, abuse das cores e formatos, seja com o ombro à mostra ou não. Camisas e calças leves também são bem-vindas. Também não esqueça dos acessórios, eles fazem toda a diferença na composição dos looks”, acrescenta a especialista.





Outra produtora de moda, Camila Cavalcanti, fundadora da Escola Ca Cavalcanti, explica que nada é melhor que apostar em looks com essa mensagem para essa nova estação. Diferentemente do inverno, a primavera/verão traz consigo cores vivas, ela explica que os tons de lima, laranja, lilás estarão em evidência, mas o destaque fica para o rosa, indo desde o fúcsia até o rosa chiclete.

“Os tons claros e vibrantes vão ser a aposta de várias marcas na próxima coleção de primavera/verão como uma mensagem de otimismo e necessidade de uma espécie de escapismo social, que é muito comum em períodos como esse que estamos vivendo, o pós-vacinação”, explica. Outro ponto que tem uma mudança significativa são os tecidos. Em alta muito antes da pandemia, o uso de fibras naturais deve se intensificar ainda mais. Tecidos com características artesanais também ganham destaques, como o tricô e o crochê.

“Haverá espaço para tecidos mais encorpados e estruturados, já que a alfaiataria ficará mais em alta do que nunca, até para propostas casuais, como conjuntinhos de shorts e blazer. O cetim, que já tem aparecido tímido nas estações anteriores, vem trazer mais feminilidade e sensualidade”, explica Camila.





Um dos estilos que não devem ficar ultrapassado é o conforto. Com a chegada da pandemia, as pessoas optam por roupas interessantes na parte de cima do corpo e algo mais confortável para a parte de baixo. Camila explica que essa tendência não parece ser algo passageiro:“Seria algo parecido com um novo código de vestimenta que estava surgindo, através do aumento do trabalho em home office. E como muitas empresas, depois dessa experiência, vão continuar no formato, essa busca pelo conforto vai continuar. Depois desse período de reclusão, é normal vermos tendências que vão explorar a sensualidade e mostrar mais pele, mesmo em modelagens confortáveis, seja através do uso de texturas como o cetim ou através dos recortes assimétricos e vazados”, conclui.

A primavera marca o avanço da vacinação no Brasil, é tempo de emanar otimismo e empatia. Camila explica que é possível deixar essa mensagem positiva nas roupas que usamos e, para a especialista, os conjuntos estarão em evidência, já que é a combinação de conforto e elegância. Ela ressalta que peças monocromáticas também fazem sentido se a ideia for passar essa ideia de leveza e recomeço.