Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Fique atento aos sintomas do transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

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Entre as doenças mais negligenciadas estão aquelas ligadas ao cérebro e à mente, como ansiedade e estresse. Há tanto tabu que quem sofre desses distúrbios tenta escondê-los. Quando relata algum tipo de sintoma a amigos ou familiares, a pessoa costuma ouvir: “Isso é passageiro e logo vai passar”.





Se insiste em dizer que algo está errado, lhe dizem: “Estresse é coisa de quem chora o dia todo trancado num quarto escuro, seu problema não é este”.

Crianças, adolescentes e mulheres estão entre as principais vítimas desse tipo de doença e, sobretudo, da negação dela. Os motivos são os mais variados. Pode haver herança genética, mas é fato que o mundo moderno, com toda a sua complexidade, exigência, riscos e problemas, está impactando o emocional das pessoas. O que colabora ainda mais para o agravamento dos casos é a falta de tratamento desde o surgimento dos sintomas.

De acordo com a psicóloga Christiane do Valle, quando uma pessoa apresenta falta de disposição, não se levanta da cama com a mesma energia para desempenhar atividades diárias, se irrita com os outros facilmente, ou seu comportamento foge do padrão habitual, pois ela não consegue dormir bem, é um sinal de alerta.

“Algo dentro dela está avisando que as coisas não vão bem e que é fundamental tomar certas medidas para evitar consequências mais sérias. Em geral, é alguém de fora quem chama a atenção para o problema. A roda da vida quase sempre impede que a própria pessoa perceba com clareza o que está ocorrendo. Compreender esses primeiros sinais é superimportante”, diz a especialista.





O transtorno de ansiedade generalizada (TAG), explica Christiane, é um distúrbio caracterizado pela preocupação excessiva ou expectativa apreensiva, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo. O TAG vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.

“Nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causando muito sofrimento e interferindo na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional do paciente. O transtorno de ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens”, informa.

Várias queixas que podem estar associadas ao TAG: palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração dos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito e dores musculares. Quanto antes o tratamento for iniciado, maior a chance de melhora ou cura, reforça a especialista.





“O estresse é uma defesa natural que nos ajuda a sobreviver, mas a cronicidade do estímulo estressante acarreta consequências danosas ao organismo. Embora a tendência do indivíduo seja elaborar estratégias para resolvê-las, muitas vezes, ele vai se adaptando às exigências do chefe intransigente, à situação econômica difícil, aos revezes do dia a dia. Se não conseguir criar estratégias, o organismo não irá reagir convenientemente diante dos problemas, dando sinais de cansaço que podem afetar os sistemas imunológico, endócrino e nervoso, além do comportamento”, alerta a psicóloga.

A continuidade dessa situação exaure as forças da pessoa, que cai num estado de exaustão e de estresse, propriamente dito. “Caso não consiga reverter o processo, as consequências não tardarão a surgir: aumento da pressão arterial, crises de angina que podem levar ao infarto, dores musculares, nas costas e na região cervical, alterações de pele. Daí a importância de estar alerta aos sinais que o corpo registra”, conclui Christiane do Valle.

audima