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Estado de Minas ANNA MARINA

Dia de Finados também pode ser motivo de alegrias

Em Santa Luzia, um pé de manacá no túmulo da minha mãe, lembranças do meu pai e encontro com amigos fizeram o meu feriado diferente


05/11/2021 04:00 - atualizado 05/11/2021 09:09

ILUSTRAÇÃO DA ANNA MARINA

Como faço todos os anos,  passo o Dia de Finados em Santa Luzia, reverenciando os meus que já se foram, é um tempo de saudades que não afligem, consolam. Este ano tive algumas surpresas. Como sou bastante vaga nessa mania de comparar datas, prestei bastante atenção na sepultura de meus pais e descobri que meu pai morreu quando eu tinha 1 ano e meio. Acreditava que eram dois.

Outra surpresa que me encheu de alegria, quem meu deu foi a natureza. Já contei aqui que minha mãe adorava manacá e que, por isso mesmo, mandei plantar um pé na cabeceira de sua sepultura. Quando entrei no cemitério, acreditei, de longe, que alguém tinha colocado bem no começo do túmulo uma bela coroa de flores brancas. Quando cheguei junto, descobri que a coroa era o magnífico pé de manacá coberto de flores brancas, não havia uma só roxa, como acontece sempre. E não se via uma só folha, só flores. Estava uma maravilha pura e a surpresa foi pura alegria. No ano passado, em lugar das flores, encontrei um ninho de passarinhos.

De lá, fui colocar uma flor no túmulo de meu padrasto e outra na do meu primo-amigo-irmão Márcio de Castro Silva. Foi uma tarde também de lembranças dele, porque, como fui almoçar com Deinha Tamm de Lima, sua irmã e mãe de Mário Tamm, encontrei-me com Roberto Elísio, irmão de Márcio e Deinha, que não via há anos. O resultado da tarde, na bela casa da chácara de Mário, foi uma rememoração de meu pai. Tudo porque Roberto, irmão de Marcinho, contava casos e mais casos da influência que meu pai, médico, teve na carreira e no posicionamento de seu irmão, também médico, e que contava que tinha sido influenciado por meu pai.

A curiosidade é como meu pai marcou definitivamente a carreira de Marcinho, apesar de ele ter apenas 5 anos quando conviveram. Mas Roberto Elísio, que tem uma memória rara, lembrava-se de muitos casos de seu sobrinho com meu pai. Foi um tipo raro de influência, que não acontece com frequência. Marcinho era tão ligado à memória de meu pai que devo a ele ter comigo o diploma que o Dr.Chiquito recebeu na Escola de Medicina do Rio de Janeiro. Os casos rolavam pela tarde, somados a outros da família, que naqueles tempos eram superunidos, não havia parentes, só primos muito chegados. Tipo de cultura familiar que desapareceu, a corrida da vida acabou com essas alegrias.

Toda a tarde foi passada na casa que Mário Tamm construiu com raro esmero e bom gosto – uma casa onde a mineiridade está em todos os locais, das amplas varandas ao espaço interno que se sucede, parece uma volta no tempo. Tudo combina com tudo, tudo tem uma tônica mineira que é completa, agradável e que mostra como um ambiente não precisa ser criado com design moderno, apoiado pela necessidade de mostrar conhecimento, cultura e ergometria – mas com as leis do coração, da tradição familiar, das referências de uma época.

Graça da tarde é que, depois da linda casa de Mário, fui ao lado conhecer a casa de minha prima Eliane Hardy – construção única da praticidade dos tempos modernos. Ela também mora em Santa Luzia, mas sua casa é totalmente de madeira. Como nunca tinha entrado em casa de madeira, quis conhecer tudo, desde o projeto até a abertura para espaços externos. Ela me contou que quem quer ter uma casa de madeira escolhe o projeto numa empresa especializada – o que precisa ser feito porque tudo que é usado na construção é milimetricamente programado.

A casa tem todo o conforto e as áreas externas se comunicam com o interior através de amplas portas e janelas de vidro que ela acrescentou ao projeto inicial. Achei a casa o maior barato, que ela decora com peças bem jovens – e a impressão que dá é de que estamos passando horas confortáveis e agradáveis em uma casa de bonecas.

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