Uma coisa que tem me chamado muita a atenção é como que, até hoje, tem gente que se acha. Pessoas que não perceberam que o mundo mudou e ficaram paradas em sua arrogância, prepotência e pseudostatus. Somos todos iguais. E se antes da pandemia essas pessoas não tinham percebido isso, depois desse período todo de reclusão era para ter tido este insight. Para os mais antigos, era para a ficha ter caído.
Diante de tantos problemas vividos, de tantas perdas repentinas, o que fica de importante? O amor, a solidariedade, a compaixão, a simpatia, a igualdade. Não importa a posição socioeconômica, importa valorizar as pequenas coisas cotidianas que, infelizmente, não percebemos porque estamos vivendo no piloto automático.
De manhã cedo, assim que abrem os olhos, quantas pessoas agradecem por estar vivas? Por ter recebido a graça de mais um dia? Sim, porque somos a única espécie que sabe que um dia a vida acabará, que somos efêmeros, finitos. Quando nascemos, recebemos uma senha, o taxímetro começa a rodar e não sabemos quando essa senha será chamada ou quando o taxímetro vai parar.
Este texto eu escrevi na sexta-feira (5/11) pela manhã, mas fiz questão de abrir parênteses nele ontem (8/11), porque na tarde de sexta o Brasil foi surpreendido com a perda de Marília Mendonça, uma menina de 26 anos, que era um fenômeno. Uma compositora e cantora que era a mais ouvida do país, que tinha nada menos que 14 bilhões de visualizações no YouTube, o dobro da população do planeta.
Estamos chocados. Quando vi a notícia, achei que era mentira. Senti exatamente a mesma coisa de quanto recebi a notícia da morte dos Mamonas Assassinas. Como isso pode acontecer com uma pessoa tão talentosa, que estava no auge da vida, com um bebê de menos de 2 anos? É a finitude da vida. Era a vez da senha dela. Digo isso com profundo pesar e sentimento.
Estamos chocados. Quando vi a notícia, achei que era mentira. Senti exatamente a mesma coisa de quanto recebi a notícia da morte dos Mamonas Assassinas. Como isso pode acontecer com uma pessoa tão talentosa, que estava no auge da vida, com um bebê de menos de 2 anos? É a finitude da vida. Era a vez da senha dela. Digo isso com profundo pesar e sentimento.
Mas, neste pouco tempo de vida, pude ver o quanto ela fez. Disse muito, se posicionou. Dias antes, cantou uma música linda para seu filhinho. Sabia que ia partir? Claro que não. Estava saudável, alegre, ia fazer o que mais amava, cantar para seu público. Foi vítima de um trágico acidente.
E nós? Estamos aproveitando bem o nosso tempo? Vemos felicidade no fato de respirar? De conseguir levantar da cama sem ajuda, de andar, de mover nossos braços? De estar com saúde? De ter um trabalho, uma família? Amigos! Precisamos ver as coisas boas nos detalhes, e com responsabilidade, para não desperdiçar nosso tempo.
Ontem, falei aqui de ditos populares, mas tem um, certíssimo, que vou citar hoje – “Tem três coisas que não voltam: a palavra dita, a flecha lançada e oportunidade perdida” ou o tempo perdido. E temos que parar e pensar como temos agido diante dessas três questões.
Conheço uma pessoa. Já está mais velha, passou por alguns problemas na vida e está agora com dificuldades financeiras. Foi abraçada pela família e, com toda a ajuda e amor que tem recebido, age como se fosse a dona do mundo. Tem o rei na barriga. Dá ordens de forma autoritária e fala com os empregados dos outros, que estão ajudando essa pessoa, como se fossem funcionários dela. E o pior, de uma forma que humilha. Se alguém entender, me explique, porque eu não consigo.
O que leva uma pessoa a humilhar outras com uma maneira prepotente de falar, apenas por achar que são inferiores. Inferiores em quê? Por que prestam um serviço para você? Pessoas que trabalham para nós são importantes porque nos ajudam.
Tem coisa pior do que presenciar briga de casal? Já vi algumas. Na hora da briga, dizem coisas que não deveriam. Palavras ditas ficam marcadas para sempre. Ferem. A ferida pode até curar, mas a cicatriz permanece.
E, por fim, como tem gasto o seu tempo? De forma proveitosa ou perdulária? Já manifestou o seu amor pelas pessoas hoje? Não devemos perder tempo, não devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. Vamos viver de forma leve. A vida hoje exige leveza.
Não estou dizendo para vivermos uma mentira, como nos posts das redes sociais, onde tudo é um mundo cor-de-rosa, “perfeito”. Não. Temos problemas, vivemos a vida real, mas tudo depende de como encaramos todos esses percalços pelos quais passamos. Isso é a vida, assim é a vida.
*Isabela Teixeira da Costa/Interina