Um estilo de vida saudável requer principalmente comer alimentos mais naturais, exercitar-se regularmente, aliviar o estresse, ter um sono reparador e abandonar vícios como álcool e tabaco. Mas adotar todas essas mudanças de uma vez pode ser algo difícil e desafiador.
Para quem não sabe qual deve ser o primeiro passo, um estudo finlandês publicado em junho passado no “Journal of Occupational Medicine and Toxicology” mostrou que dormir pode ser o primeiro passo.
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A variabilidade da frequência cardíaca foi usada para medir a ativação parassimpática e simpática do sistema nervoso autônomo e sua relação, ou seja, o equilíbrio entre o estresse e a recuperação. “O sistema nervoso parassimpático desempenha um papel fundamental na recuperação, durante a qual a frequência cardíaca diminui e a variabilidade da frequência cardíaca é elevada”, explica o médico.
O comportamento alimentar dos participantes do estudo foi medido por meio de quatro questionários diferentes, e a qualidade da dieta e o consumo de álcool foram quantificados por meio de dois questionários diferentes e um recordatório alimentar de 48 horas, uma espécie de documento que ajuda a informar detalhes a respeito do consumo diário alimentar.
O objetivo foi explorar a associação entre recuperação fisiológica, qualidade da dieta, consumo de álcool e diferentes aspectos do comportamento alimentar, envolvendo fome e saciedade. Os resultados foram comparados com dados coletados no início do estudo, antes da intervenção no estilo de vida.
“O estudo demonstra que a maior atividade parassimpática durante o sono, indicativa de melhor recuperação fisiológica, está associada a maior qualidade da dieta promotora da saúde e menor consumo de álcool e, possivelmente, também a hábitos alimentares, especialmente fatores que afetam nossa decisão de comer. Especialmente os participantes com um bom equilíbrio de estresse relataram melhor qualidade geral da dieta, maior ingestão de fibras, maior autocontrole na rotina alimentar e menor consumo de álcool do que aqueles com um desequilíbrio maior de estresse”, explica Juliano.
Segundo o médico geriatra, dormir bem também é muito importante para envelhecer com saúde, já que é durante o sono que o organismo passa por um processo de reparação e regeneração. “O recomendado é dormir entre sete e oito horas por noite. Fugir desses valores é colocar a saúde em risco, pois já temos evidências que a falta de sono pode prejudicar o coração e o cérebro e diminuir a longevidade”, recomenda o médico.
Além do fator tempo, a qualidade também importa, uma vez que pacientes com apneia do sono (ronco) têm maiores riscos cardiovasculares. “Uma boa dica para melhorar o horário e a qualidade do sono é ter refeições mais leves durante o período noturno e aumentar, gradativamente, em 15 minutos o tempo de sono, indo para cama preferivelmente mais cedo”, informa o especialista.
No entanto, os pesquisadores ressaltam que o desenho do estudo transversal não permite conclusões de causalidade. “É importante salientar que hábitos saudáveis de vida, como boa alimentação e prática de exercícios físicos também influenciam a qualidade do sono, de forma que é difícil concluir se uma recuperação melhor leva a uma dieta mais saudável ou se uma dieta saudável oferece suporte a uma recuperação melhor”, finaliza o médico nutrólogo.