Leitores desta coluna já sabem que há mais de 15 dias tento fazer com que a Oi – uma prestadora de serviços – conserte meu telefone que não funciona. Já contei que dois técnicos apareceram em minha casa, olharam meus aparelhos e registraram que o problema era externo, dizendo que voltariam depois para fazer a retificação. E nessa conversa vou sendo levada. Acho a maior desconsideração uma prestadora de serviço essencial tratar o contribuinte sem o menor respeito e ninguém tomar qualquer tipo de providência.
Na última segunda-feira, feriado, escutei conversa vinda do poste em frente à minha casa. Acreditei que o milagre estava acontecendo – até que enfim, o conserto seria realizado.
Corri para a porta e vi três funcionários da Oi – um em cima do poste e dois no passeio, olhando o que o lá de cima fazia. Quis saber se estavam consertando a minha linha e um deles respondeu que não. Estavam tratando da reparação da linha da residência que fica em frente à minha, só que em plano superior.
Vejam só vocês: ali mora um dos donos de uma das mais importantes empresas privadas do país. Estavam consertando a linha da casa dele e não existia a menor possibilidade de eu ser premiada.
O funcionário da Oi informou que não podia fazer nada, pois eles não sabiam que meu telefone estava mudo. Não existia a menor informação no serviço de atendimento, apesar de eu ter vários números dos registros da reclamação.
Contei que tenho recebido a informação, várias vezes ao dia, de que minha linha será consertada. Informam que até as 18h daquele dia o telefone estará funcionando.
Notei a boa vontade do técnico, que aproveitou para informar que a Oi anda de mal a pior, que as reclamações caem em uma lista e por isso mesmo o conserto demora tanto tempo. Fiquei atazando os três técnicos que estavam na minha porta, mas eles foram irredutíveis.
Como eu havia dado o número da minha linha, eles já sabiam que aquele poste em frente à minha casa não era o dessa linha. Ela está no poste logo abaixo, linha 9. Só que não podiam me ajudar em nada – estava na hora do almoço deles, tinham de ir embora.
Porém, o mais falante me prometeu, pedra e cal, que depois do almoço estaria de volta e não deixaria meu telefone continuar mudo. É claro que ninguém voltou, a providência não foi tomada. Fiquei imaginando quem da direção da Oi conhece o poderoso em frente à minha casa e logo mandou consertar a linha dele.
Minha irritação, claro, não tem tamanho – até com a falta de solidariedade dos funcionários da Oi, pois eles poderiam, com um pouco de boa vontade, ter resolvido o meu problema. Me lembrei do tempo da Telemig, quando o atendimento era rápido, eficiente, e os usuários mereciam o respeito em contrapartida pelo pagamento mensal do serviço.
Já aprendi qual é a linha que serve minha casa, onde é que ela está – mas aprendi também que não adianta nada reclamar. Quem quiser ser bem servido que mude de prestadora de serviço telefônico – ou só use celular.
Certo é que estou completando quase 20 dias de telefone mudo. Como o sinal que dá é o que está chamando e ninguém atendendo, fica ainda outro trauma: parece que não há ninguém em casa.
Passei por outro problema esta semana: acabava de jantar quando todas as luzes de minha casa se apagaram. Tenta daqui, tenta dali, e nada. Fui dormir no escuro, até poder chamar um eletricista para ver o que tinha acontecido. Em pouco tempo, ele notou que o defeito vinha da linha da Cemig, que não estava se conectando.
Imaginei que teria de enfrentar outro trauma, mas a Cemig me deu uma lição de prestação de serviço: em menos de duas horas as luzes voltaram. O vento tinha partido um fio, daí a escuridão.