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SAÚDE

Os benefícios da vitamina B1 nas neuropatias diabéticas

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Quando fiquei sabendo que o incrível artista plástico Chico Ferreira tinha perdido as duas pernas por causa de diabetes, fiquei com uma pena danada. Pena que aumentou quando fiquei sabendo que com o choque emocional ele tinha arquivado – espero que isso acabe – sua vontade de pintar seus belos quadros. É claro que controlo meu diabetes há mais de 30 anos, mas, mesmo assim, corri atrás de meu médico, Walter Caixeta Braga, responsável pelos meus cuidados, para que ele olhasse minhas pernas. Durante a consulta, ele disse que, com o estado atual de meus pés, posso viver até 100 anos. Como ele é um craque, voltei da consulta bem satisfeita.





Essa minha preocupação não é em vão. O Brasil ocupa a quarta posição no mundo em casos de diabetes. Temos cerca de 14 milhões de diabéticos ou cerca de 6,5% da população brasileira. E a doença é uma das principais causas de neuropatias diabéticas – enfermidade caracterizada pela degeneração progressiva dos nervos e que leva à diminuição de sensibilidade à dor em várias partes do corpo, dependendo dos nervos afetados. A neuropatia periférica atinge especialmente as extremidades do corpo, como pés e mãos. Sua evolução é lenta e pode passar despercebida até o surgimento de sintomas mais graves, que podem variar de dor extrema com qualquer toque na pele, dormência e formigamentos dos membros periféricos, à perda da sensibilidade.

Em casos mais graves, os sintomas compreendem problemas de digestão, na bexiga e para controlar a frequência cardíaca, e até pode levar a condições debilitantes. Existem quatro tipos de neuropatias que podem estar presentes na vida do portador de diabetes. São elas:


1. Neuropatia periférica

A mais comum em pacientes diabéticos, geralmente inicia-se nos pés e nas pernas, seguidos de mãos e braços. Nos pés, pode causar problemas graves como o pé diabético, caracterizado por úlceras ou infecções que podem levar à amputação do pé e até da perna.

2. Neuropatia autonômica

Afeta o sistema nervoso autônomo, que controla diversos órgãos que funcionam independentemente de nossa vontade. São eles: coração, estômago, intestino, bexiga, olhos e órgãos sexuais. Sendo assim, seus sintomas dependem da área afetada, que podem variar de ausência de sintomas de hipoglicemia, aumento ou redução de suor, diminuição da pressão arterial, disfunção erétil, secura vaginal, urgência miccional e incontinência urinária, entre outros.




3. Neuropatia proximal

Também denominada de amiotrofia diabética, afeta os nervos das coxas, quadris, nádegas, pernas, abdômen e tórax. A predominância maior ocorre em adultos mais velhos, idosos e pessoas com diabetes tipo 2. Os principais sintomas são dores intensas nessas regiões, fraqueza nos músculos da coxa, com dificuldade de se levantar.

4. Neuropatia focal (mononeuropatia)

Caracterizada por afetar apenas um nervo específico dos pés ou das mãos, pernas, tronco ou da face. Os sintomas, novamente, dependem do nervo específico afetado. Embora possa causar dor severa, a doença normalmente não costuma trazer complicações a longo prazo. É mais comum em adultos mais velhos e está entre as principais causas da síndrome do túnel do carpo (dor e formigamento na mão causados pela compressão de um nervo localizado entre a mão e o punho).

CAUSAS

Existem mais de 90 possíveis causas de neuropatias. Entre as mais comuns estão diabetes, alcoolismo, a carência de certas vitaminas, como as do complexo B. A neuropatia periférica, por exemplo, é uma das principais causas do pé diabético. Com o diabetes mal controlado, essas lesões e feridas demoram mais tempo para cicatrizar, causando infeções recorrentes no mesmo local, podendo evoluir na maioria das vezes para amputação do pé.





Embora a neuropatia periférica não tenha cura, o controle e o tratamento da doença se dão através de medicamentos e vitamina B1 orientados por um médico. Mas a novidade é o uso das vitaminas do complexo B, em especial a B1. “A vitamina B1 facilita o impulso nervoso. Sua eficácia está associada ao uso de altas doses, acima de 600mg em estudo de quatro semanas. Porém, há relatos de diminuição de até 66 % dos sintomas em pacientes com neuropatia periférica diabética. Embora a vitamina B1 esteja presente em diversos alimentos, sua quantidade é muito baixa, necessitando nos pacientes diabéticos de suplementação”, recomenda o médico José Marcelo Natividade, especialista em endocrinologia, metabologia e nutrologia.

audima